Causa de desconforto e problemas emocionais, saiba como diagnosticar e tratar o lipedema
Muito confundida com a obesidade, o lipedema é uma doença que proporciona aspecto de gordura localizada em diversas regiões do corpo. Além do fator estético, a doença crônica causa desconforto e pode acarretar problemas sérios nos vasos linfáticos.
De acordo com levantamento publicado pelo Jornal Vascular Brasileiro, o lipedema atinge aproximadamente 12% da população brasileira. Ou seja, com base nesses dados, mais de 25 milhões de pessoas convivem com a doença no país.
Apesar do alto número de casos, o diagnóstico do lipedema passa por dificuldades. Os problemas em diagnosticar a doença surgem desde a falta de profissionais preparados até a falta de diálogo entre os médicos, já que o diagnóstico do lipedema é feito com base em diversos fatores.
Um estudo conduzido pela Faculdade Santa Marcelina de São Paulo apontou que apenas 9% dos profissionais participantes estavam aptos a realizar corretamente o diagnóstico de lipedema. Em 75% dos casos, a doença foi conduzida como caso de obesidade. Isso se dá pela semelhança nos sintomas, aparência e até fatores que acarretam as doenças.
O que é e como surge o lipedema?
O lipedema, ou síndrome da gordura dolorosa, é uma doença considerada crônica caracterizada principalmente pelo acúmulo anormal de gordura em regiões do corpo. Acometendo principalmente áreas dos membros inferiores, como pernas, joelhos e coxas, o lipedema surge de forma bilateral, dificultando ainda mais o diagnóstico.
Apesar de ser uma doença com registros médicos desde 1940, as causas para o surgimento do problema ainda não são certas. De modo geral, o lipedema possui influência genética, e os hormônios femininos como a progesterona e o estrogênio atuam como gatilhos para seu surgimento.
Por conta do fator hormonal, o lipedema aparece quase sempre em mulheres que passam por fortes influências de hormônios, como uso de anticoncepcional, tratamento de fertilidade, menopausa e gravidez. Além disso, questões alimentares podem ajudar a agravar o problema, como excesso no consumo de álcool, carnes vermelhas e carboidratos.
Riscos do lipedema
Apesar de ser confundido com a obesidade, o lipedema representa diferenças significativas e pode causar problemas de saúde para além daqueles com sobrepeso. A gordura do lipedema apresenta características diferentes da de um paciente obeso. Além disso, ela é mais pesada, causa sensibilidade ao toque e pode gerar hematomas espontâneos.
Em estágios iniciais, o lipedema é responsável por agravar principalmente questões emocionais do paciente. Por se desenvolver de forma hormonal, o aspecto do lipedema não diminui após exercícios físicos ou cirurgias emagrecedoras, como a bariátrica, por exemplo. Dessa forma, a doença é responsável por envolver questões negativas com a autoimagem.
Nos estágios mais avançados, os vasos linfáticos podem ser prejudicados, causando retenção de líquidos, dores, inchaço nas pernas e nos pés, perda de mobilidade, predisposição a infecções e deformidades.
Tratamento para lipedema
De modo geral, a cura total do lipedema é feita através de cirurgia. O procedimento, feito em casos graves, é capaz de remover as células responsáveis pela criação de gordura na região, além do acúmulo da gordura já criado. Para casos mais leves, a abordagem é feita de modo a diminuir o incômodo e prevenir complicações futuras.
Entre os principais tratamentos indicados para quem sofre com o lipedema, estão: drenagem linfática manual, hidratação constante da pele, utilização de meia de compressão graduada, estilo de vida mais saudável através de alimentação e prática de exercícios físicos e controle de peso.
Vale lembrar que, assim como outras doenças, ao surgirem sinais do lipedema no corpo, é fundamental procurar um profissional qualificado para realizar o diagnóstico e indicar o melhor tratamento.
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