As healthtechs (startups de saúde) vêm acelerando mudanças significativas no setor de saúde brasileiro. Se em 2020 a pandemia impulsionou o surgimento de inúmeras soluções digitais emergenciais, hoje o cenário é de amadurecimento, com foco em parcerias estratégicas e projetos de impacto real para pacientes, profissionais e instituições.
Essa realidade será debatida no Healthcare Innovation Show – HIS, o principal evento de tecnologia e inovação em saúde da América Latina, que acontece nos dias 1 e 2 de outubro, no São Paulo Expo.
Entre os destaques da programação está o painel “Inovação por meio de parcerias: healthtechs que estão levando a saúde para outro nível”, no palco Saúde Privada, com a participação do head do Hub de Inovação Vibee da Unimed VTPR, Rafael Zanatta, do gerente de Inovação do Harena, (Centro de Inovação do Hospital de Amor de Barretos), Guilherme Sanchez, e do Chief Innovation Officer do Grupo Sabin, Istvan Camargo.
Para Zanatta, o setor viveu uma transição importante nos últimos anos. “A partir de 2020 com a pandemia surgiram muitas soluções pontuais, que respondiam a desafios reais, mas que não necessariamente tinham fôlego para se tornarem negócios. De lá para cá, os empreendedores amadureceram, passaram a entender melhor o funcionamento do setor de saúde e a desenvolver projetos pilotos mais embasados, com métricas claras e visão de continuidade”, afirma.
Esse amadurecimento também se reflete nas parcerias entre healthtechs e players consolidados do setor. “O sucesso de um projeto depende de alguns fatores, entre eles, o engajamento da alta gestão em investir energia e recursos. Também é fundamental ter clareza do problema a ser resolvido, indicadores de desempenho definidos e uma metodologia de acompanhamento consistente”, explica Zanatta. Ele destaca ainda a importância de recursos para custear pilotos e cláusulas que viabilizem a contratação definitiva, garantindo escala para as soluções.
Sanchez compartilha uma visão semelhante. Para ele, as healthtechs conquistaram um espaço estratégico no ecossistema de saúde que já não pode ser ignorado. “O que antes eram iniciativas isoladas hoje se transformou em um movimento maduro, que conecta tecnologias como telemedicina, inteligência artificial e análise de dados ao dia a dia de pacientes, médicos e instituições”, diz.
Na perspectiva do gestor do Harena, a clareza é a chave para parcerias bem-sucedidas. “É preciso entender o nível de prontidão tecnológica esperada para o projeto, se o parceiro busca apenas um piloto exploratório, uma construção conjunta ‘do zero’ ou a incorporação em larga escala. Sem visão clara de resultados, com impacto mensurável em eficiência, acesso ou qualidade do cuidado, a parceria não se sustenta”, ressalta Sanchez.
Próxima geração de healthtechs
Olhando para o futuro, tanto Zanatta quanto Sanchez apontam a inteligência artificial como um dos pilares da próxima geração de healthtechs, seja no apoio à prática clínica ou na gestão administrativa. Eles também destacam o papel de soluções preditivas no diagnóstico precoce de doenças crônicas, cardiológicas e oncológicas, dispositivos conectados para monitoramento remoto e a busca constante pela interoperabilidade dos dados, um desafio atual que, se superado, pode transformar a forma como o setor integra informações e escala inovações.
Esse dinamismo é reforçado por dados de mercado. Segundo o HealthTech Report Recap 2024, elaborado pelo Distrito, o Brasil concentra 64,8% das healthtechs da América Latina, seguido por México (16,2%), Argentina (5%) e Colômbia (4,4%). O país se destaca não apenas pelo tamanho do mercado consumidor, mas também por fatores estruturais: o SUS impulsiona soluções voltadas à eficiência e qualidade, enquanto o setor privado busca competitividade com serviços mais ágeis e tecnológicos. Além disso, a evolução de marcos regulatórios e o fortalecimento de parcerias público-privadas ampliam o espaço para experimentação de novas abordagens.
Em termos de investimentos, as healthtechs latino-americanas registraram US$ 241,7 milhões em 2024, superando os US$ 184,3 milhões de 2023, sinalizando a confiança crescente de investidores nesse ecossistema.
O HIS contará com uma área de exposição que reunirá mais de 100 marcas, entre empresas consolidadas e startups que apresentarão produtos, serviços e tecnologias para a área de saúde.
Mais da programação no HIS 2025
Além do painel sobre inovação por meio das healthtechs, o palco Saúde Privada trará debates que abordam diferentes perspectivas do setor com a participação de executivos e representantes de órgãos públicos como o Wagner Marujo, CEO do Hospital Santa Rita; Daiane Nogueira de Lira, conselheira do Conselho Nacional de Justiça; Carla Soares, presidente interina da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS); e Rafael Cordeiro, CFO da Rede Mater Dei de Saúde.
No total, o HIS contará com oito palcos de conteúdo já confirmados, reunindo profissionais de saúde, gestores, executivos de alto escalão e acadêmicos que são referências no setor. Além do Saúde Privada, a programação inclui os palcos Saúde Pública, Gestão de Dados e Insights, Cibersegurança (com curadoria da ABCIS – Associação Brasileira CIO Saúde), Inteligência Artificial na Prática by MV, Cuidado Digital e Humanizado, Liderança na Era Digital (também com curadoria da ABCIS) e a novidade deste ano, o Philips ConnectDay, espaço inédito com curadoria da Philips que apresentará tendências, novas soluções e boas práticas de instituições referência em tecnologia da saúde.
Os ingressos para o HIS 2025 estão disponíveis em três modalidades (Executive Pass, Congressista e Visitante) pelo site: https://his.saudebusiness.com/
Serviço:
HIS – Healthcare Innovation Show – 11ª Edição
Data: 1 e 2 de outubro de 2025.
Local: São Paulo Expo.
Horário: Das 9 às 18h.
Mais informações: Clique Aqui