Mutações encontradas na nova variante do SARS-CoV-2 preocupa infectologistas

Sociedade Paulista de Infectologia indica que medidas sanitárias devem ser reforçadas para evitar transmissão da B.1.1.529, registrada na África do Sul

Em 26 de novembro, a Secretaria de Vigilância em Saúde, vinculada ao Ministério da Saúde, publicou um comunicado de risco, em função da variante B.1.1.529 do SARS-CoV-2, encontrada na África do Sul. A Organização Mundial da Saúde chamou a nova variante de  “Omicron” que é a 15ª letra do alfabeto grego.

Como essa variante contém mais de 10 mutações na proteína spike, principal alvo das respostas imunológicas dos organismos e, com isso, pode estar associada à alta transmissibilidade e comprometer a capacidade dos anticorpos em bloquear a infecção, é preciso ter cautela para proteger a população.

Embora não se tenha evidência do impacto epidemiológico que essa variante poderá causar para a saúde mundial e, mesmo que ainda não se tenha registrado nenhum caso da B.1.1.529 no Brasil, a Sociedade Paulista de Infectologia (SPI), alerta que é preciso monitoramento e vigilância para evitar a transmissão. São Paulo é um importante polo turístico e recebe diariamente milhares de turistas de diversos países.

“Como ainda não sabemos se as vacinas conseguem proteger o organismo das infecções por essa variante, é preciso reforçar as medidas para prevenir a transmissão da B.1.1.529, especialmente para impedir sua entrada no país”, pontuou o presidente da SPI, Carlos Magno Fortaleza.

Além disso, para a população, o infectologista recomenda que é importante redobrar os cuidados. “Enquanto ainda não temos noção de quão transmissível e perigosa essa variante pode ser, devemos intensificar as medidas de proteção, como evitar aglomerações, manter o distanciamento social, utilizar máscaras e higienizar as mãos frequentemente. Nos preocupamos, pois o cenário atual no Brasil é de retorno ao convívio social, no entanto, essa retomada deve ser feita de maneira gradual e com segurança sanitária”, concluiu Fortaleza.