Os casos de vírus sincicial respiratório (VSR) estão em alta no país1, ampliando a ocorrência de bronquiolite nas crianças pequenas e a demanda por atendimento em unidades de saúde. No Einstein, o número de internações semanais por VSR subiu de 7 para 20 entre o fim de março e o início de abril – aumentando a demanda de fisioterapia respiratória no pronto-atendimento.

Desde 2012, a unidade Morumbi do Einstein conta com fisioterapeutas dedicados aos pacientes do PA pediátrico, após uma pesquisa interna identificar que a presença dos profissionais auxilia a reduzir a gravidade dos sintomas e em alguns casos a necessidade de internação das crianças.

“A bronquiolite está associada a um grande desconforto respiratório e o fisioterapeuta utiliza diferentes técnicas para ajudar a criança a expelir a secreção, melhorando a respiração e a oxigenação e diminuindo o mal-estar”, explica Karina Tavares Timenetsky, coordenadora da graduação em Fisioterapia do Ensino Einstein.

Entre as técnicas estão movimentos repetitivos com frequência pré-definida para facilitar a expulsão do catarro; aspiração; exercícios para incentivar a tosse e a realização correta da lavagem nasal.

Outras medidas são a orientação dos pais ou responsáveis quanto aos sinais de dificuldade respiratória da criança e a entrega de um material educativo que ensina como utilizar o broncodilatador prescrito pelo médico.

“Buscamos, sempre que possível, realizar os atendimentos de forma lúdica. Cantamos para as crianças, imitamos bichinhos como porquinhos para mobilizar o catarro”, conta a fisioterapeuta Fernanda Ferrante Alves. A equipe também procura envolver os pais ou acompanhantes para que sejam obtidos os melhores resultados e para que a terapia tenha continuidade em casa.

“Mas, infelizmente, a bronquiolite pode evoluir para casos mais graves, e aí precisamos utilizar equipamentos não invasivos para auxiliar na respiração dos pequenos. Nesses casos, a internação se torna inevitável, mas a assistência fisioterapêutica ajuda a prevenir que a doença se torne crítica e seja necessário intubar a criança, usar ventilação mecânica e medicamentos para manter a estabilidade clínica”, pondera.

Profissional do PA pediátrico do Einstein há quase uma década, Fernanda Alves conta que muitas vezes os resultados das manobras são imediatos e que observar esse impacto é extremamente gratificante. “Volto para casa realizada.”

Esse também é o sentimento da estudante Giovanna Grazielle Nascimento Santos. Aluna do terceiro ano do curso de Fisioterapia do Einstein, ela finalizou neste mês o programa optativo de tutoria no pronto-atendimento, durante o qual vivenciou a rotina na área.

“Vemos o conteúdo na sala de aula e depois temos a oportunidade de acompanhar o atendimento ao paciente que está sentindo aquilo que estudamos”, relata a jovem, que já definiu que atuará no ambiente hospitalar. “Meu avô tinha Alzheimer e acompanhei sua internação. Como ele não conseguia se mexer e possuía alguns problemas respiratórios, a fisioterapia foi essencial nesse cuidado hospitalar. Quero fazer pelos outros o que fizeram por ele.”

  1. Boletim InfoGripe, Fiocruz – Link