Banhos quentes pioram o quadro da miastenia e a falta de hidratação deixam a pele ressecada e sem viço

O inverno no Brasil este ano está mais rigoroso em várias partes do País, com baixas temperaturas atreladas a algumas frentes frias. E com os dias mais frios é normal que as pessoas tomem banhos quentes e demorados para esquentar o corpo. Só que esta sensação de calor provocada pelo banho quente é prejudicial ao paciente com Miastenia Gravis. Isso porque o relaxamento muscular causado pelo banho deixa o corpo ainda mais cansado, causando ou agravando o quadro de fadiga. Este é, aliás, um dos sintomas da Miastenia Gravis, doença neuromuscular rara caracterizada pela súbita interrupção da comunicação natural entre nervos e músculos. Como a doença afeta a parte do músculo que se conecta com o nervo, ela dificulta, e muitas vezes chega a impedir que o paciente execute os movimentos do cotidiano de forma voluntária. Essa fraqueza pode atingir qualquer músculo, mas destacam-se a fadiga muscular de braços e pernas, queda das pálpebras, visão dupla e durante as crises, pode levar a dificuldade da fala, da mastigação e da deglutição.

Mas o fato de o paciente ser portador de Miastenia Gravis não o impede de cuidar da pele do corpo e do rosto. Aliás, segundo os especialistas, ao contrário de alguns medicamentos, o uso de produtos tópicos e até alguns tipos de tratamento estéticos não afetam o quadro da doença. E como a temporada de frio acaba por deixar a pele mais ressecada e sem viço, é preciso investir em hidratação potente para reverter o quadro, bem como é possível aproveitar a estação para investir em procedimentos estéticos tanto para combater rugas como a flacidez.

Invista em bons hidratantes

A médica dermatologista Debora Campozan, de Campinas, São Paulo, especialista em Medicina Estética e Nutrologia, e parceira da Miastenia, afirma que investir na limpeza da pele e em bons hidratantes é importante para todos os tipos de pele, e que no caso dos miastênicos não seria diferente. “Na hora de escolher o hidratante para o rosto, vale a pena pensar antes no veículo. Ou seja, independente do cosmético que você vai usar, é preciso antes saber o seu tipo de pele, pois um poderoso hidratante como o ácido hialurônico, por exemplo, que também é indicado como antirrugas, pode estar inserido numa base que pode ser desde um creme, uma loção, um gel e até numa pomada”, esclarece a médica. “Em pacientes de pele oleosa, podemos optar por veículos em gel ou hidratantes em sérum que são de toque mais fino e penetram melhor na tez sem deixá-la oleosa. Já em pacientes com pele seca, então é possível abusar dos cremes e até dos séruns mais oleosos, para que sejam melhor absorvidos, sem deixar a tez repuxando”, explica. “E no caso de quem tem ptose de pálpebras, fazer compressas de gelo na região dos olhos, por alguns minutos pode melhorar a ptose de uma maneira quase que instantânea”, ensina.

A médica lembra que caprichar num protetor solar é imprescindível, já que os raios solares envelhecem muito a pele, e isso independe se estamos no verão ou no inverno.

No caso da hidratação corporal, a médica só faz uma ressalva ao uso de hidratantes à base de óleo. “Imagine que o óleo faz uma camada em cima da pele, nada penetra, mas também nada sai. Então se a tez está bem hidratada ele mantém, mas se ela está ressecada ele também impede de entrar qualquer tipo de hidratação”, avalia. “O ideal nestes casos é usar hidratantes em creme ou em loção”, recomenda. Segundo ela, o creme pode ser desde aqueles que são à base de ureia, que têm grande poder de hidratação até os mais poderosos com ação antienvelhecimento e enriquecido com vitaminas e firmadores para a pele do corpo.