No mês das mães, entenda o que é a Síndrome do Túnel do Carpo
Fisioterapeuta Walkyria Fernandes explica tratamento para patologia que pode afetar grávidas e lactantes
No mês em que é comemorado o Dia das Mães, a saúde materna ganha evidência. Afinal, é nesse período que o corpo da mulher passa por várias mudanças, sejam elas por alterações hormonais ou até de patologias específicas dessa condição. Algumas, inclusive, podem persistir mesmo após o parto, passando despercebidas pelas mães. É o que acontece com a Síndrome do Túnel do Carpo, que ocorre pela compressão do nervo mediano do punho. Para a fisioterapeuta e Dra. Walkyria Fernandes, essa patologia pode ser desenvolvida ou aumentar de acordo com a “pressão” causada por edemas e pela retenção de líquidos, sintoma muito comum durante a gravidez e lactação.
“Os principais sintomas podem ser formigamento e dormência, em especial a noite, dor na mão, no punho e nos dedos. É importante destacar que a síndrome do túnel do carpo pode acometer qualquer pessoa, mas, no caso de grávidas e lactantes, acontece, principalmente, pela retenção de líquidos. Outro ponto de atenção é que de acordo com a anatomia do nervo mediano, ele começa desde a cervical, portanto pode haver pontos de compressão, com alterações no pescoço, ombro, cotovelos, até chegar ao túnel do carpo”, explica a especialista.
O diagnóstico da síndrome do túnel do carpo é realizado por meio de testes clínicos, no consultório de um ortopedista ou fisioterapia, e também através de exames de imagem, como ultrassonografia. Além disso, pode ser feita uma eletroneuromiografia, que irá avaliar se o nervo mediano tem alguma alteração. “Realizado o diagnóstico da síndrome, é necessário começar o tratamento da paciente de uma forma global, ou seja, cuidar de todos os pontos de compressão, que podem estar em toda a estrutura que compõem essa anatomia, da cervical até o túnel do carpo. Ou seja, não basta apenas tratar o local da dor. É necessário melhorar a mobilidade e fortalecer as estruturas do corpo da paciente, para tratar a patologia”, alerta a Dra. Walkyria Fernandes, fisioterapeuta clínica.
Na ausência de qualquer tratamento, a síndrome do túnel do carpo pode evoluir progressivamente e culminar em uma lesão permanente do nervo mediano. Evidências científicas alertam que, o tratamento adequado interrompe esta evolução da patologia, e, na maioria dos casos, proporciona uma recuperação completa dos sintomas de compressão do nervo mediano no túnel do carpo. Em casos moderados ou severos, pode ser necessária a intervenção cirúrgica, que fará a liberação do nervo mediano do túnel do carpo. Essa cirurgia é feita por técnicas de endoscopia, que podem ser pouco invasivas ou abertas.
A fisioterapeuta clínica Walkyria Fernandes ressalta ainda que é possível prevenir a síndrome do túnel do carpo, em especial pelo controle da retenção de líquidos nas gestantes e lactantes, com a prática regular de exercícios físicos. Destaque especial para as atividades aeróbicas, como caminhadas, que melhoram a circulação sanguínea e linfática e também auxiliam na mobilidade. “Na fisioterapia não prescrevemos medicamentos. No caso de grávidas e lactantes, esse tratamento será apenas fisioterápico. O importante é fazer uma avaliação individual de cada paciente, para aplicar o tratamento mais adequado”, finaliza Fernandes.
Sobre Walkyria Fernandes
Walkyria Fernandes é graduada em Fisioterapia pela Universidade Estadual do Centro-Oeste (Paraná) há 18 anos. Tem especialização em ortopedia e traumatologia desportiva, pela Faculdade Evangélica do Paraná. Além disso, conta com uma especialização em osteopatia pela Escuela de Osteopatía de Madrid (EOM) e D.O. reconhecido pela Scientific European Federation of Osteopaths (SEFO). É mestre em Tecnologia em Saúde, pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC), e fez doutorado sanduíche – parte na Uninove, em São Paulo e parte na Universidade de Sevilla, na Espanha.
A fisioterapeuta clínica ainda é idealizadora do método “Raciocínio Clínico Avançado – RCA 360”, curso on-line que já conta com mais de 5 mil alunos no Brasil e em nove países. Já foi proprietária de uma grande clínica de fisioterapia no estado do Mato Grosso, onde também atuou durante 7 anos como professora de anatomia, na Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMT), no curso de Medicina.