Em uma época em que a prevenção ao câncer fica em evidência com as campanhas de Outubro Rosa e Novembro Azul, outros tipos de câncer também entram em discussão e merecem atenção. O câncer de próstata, com exceção do câncer de pele, é o mais frequente em homens. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), órgão do Ministério da Saúde, entre 2020 e 2022, teremos aproximadamente 66 mil casos novos de câncer por ano.
Segundo a Dra. Andrea Pereira, médica nutróloga do Departamento de Oncologia e Hematologia do Hospital Israelita Albert Einstein, uma alimentação saudável e equilibrada é importante para a prevenção desse câncer, com ingestão de menos açúcar, sal, carne vermelha e álcool. O consumo de frutas e hortaliças é um dos pilares da prevenção de todos os tipos de câncer e deve corresponder à metade do nosso prato nas refeições principais.
“A obesidade, que acomete cerca de 41 milhões de brasileiros, é um dos fatores de risco para câncer de próstata. O aumento da insulina, da gordura visceral, da testosterona e da leptina e a redução da adiponectina, ligados à obesidade, estão relacionados ao aumento da incidência desse câncer”, explica ela.
Nos últimos anos, a atividade física tem mostrado um papel fundamental não só na prevenção, como também em uma maior resposta ao tratamento oncológico. A prática de, no mínimo, 75 minutos por semana de atividade intensa e 150 minutos por semana de atividade leve a moderada são comprovadamente essenciais para isso.
“O exercício físico regular promove uma maior resposta da químio, radio e imunoterapia no tratamento dos tumores malignos, potencializando o efeito dessas terapêuticas. Além disso, ajuda em um maior controle do peso, reduz o risco de outras doenças crônicas, melhora a massa muscular e reduz a gordura visceral”, reforça a nutróloga.
A perda da massa muscular intensa que pode ocorrer na pessoa com câncer está correlacionada com uma maior mortalidade, mais complicações pós-operatórias, tais como, infecção, mais efeitos colaterais da quimioterapia e mais dias de internação, portanto a prática regular de exercício reduz essa perda muscular e melhora o prognóstico do paciente.
Outro benefício da atividade física é a redução da resistência à insulina, cujo aumento também é um fator de risco para o desenvolvimento do câncer, como citado anteriormente, e um fator de mal prognóstico para quem está com câncer.
Médica nutróloga, Dra. Andrea Pereira tem Doutorado pela Endocrinologia da UNIFESP em Obesidade e Cirurgia Bariátrica, Pós-Doutorado concluído pelo Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa e outro em andamento na Medicina Esportiva da USP. Ela é também médica nutróloga do Departamento de Oncologia e Hematologia do Hospital Israelita Albert Einstein, além de presidente e cofundadora da ONG Obesidade Brasil.