O câncer de próstata é o segundo que mais mata, atrás somente do câncer de pele, e é a doença mais incidente no homem, correspondendo a 29% dos casos, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA). De acordo com dados do Sistema de Informação sobre mortalidade do Ministério da Saúde, nos últimos dois anos, foram mais de 47 mil óbitos decorrentes desse tipo de tumor. Só no ano passado, mais de 16 mil homens perderam suas vidas devido a essa doença, índice que equivale a aproximadamente 44 mortes por dia.

Um relatório feito pelo INCA aponta que em 2022 são esperados mais de 65 mil novos casos de câncer de próstata. Diante desses fatos, com o objetivo de conscientizar o público masculino sobre o assunto, desde 2003 é promovida a campanha Novembro Azul.

Segundo o Arnold Peter Paul Achermann, urologista e membro da Doctoralia, o câncer de próstata normalmente acomete homens após 50 anos de idade. “Orientamos todos os homens a procurarem avaliação do urologista a partir dessa faixa etária. Quando há fatores de risco como histórico na família de primeiro grau (pai ou irmãos) com câncer de próstata, devem iniciar investigação antes dos 45 anos”, afirma.

De acordo com o urologista, de forma geral, o câncer são células que perdem o controle de sua divisão. As células se multiplicam desordenadamente chegando a desprender e atingir outros órgãos (metástases) afetando sua função.

“No caso do câncer de próstata, quando o paciente apresenta exame de PSA baixo (menor que 10), toque retal normal e com biópsia demonstrando apenas 1 ou 2 fragmentos acometidos com câncer, mas bem iniciais (Gleason 6), podemos fazer o chamado ‘vigilância ativa’. Acompanhamos o paciente de perto e adiamos procedimentos neste paciente para melhor qualidade de vida sem perder de vista a possibilidade de cura”, completa.

Na fase inicial, o câncer de próstata não provoca nenhum sintoma, apenas quando já estiver bem avançado. “Nessa situação, já não podemos curar o paciente. Portanto, não se deve esperar sentir algo para procurar ajuda médica e investigar a doença”, afirma Achermann.

Segundo André Brandão, CEO da Medictalks, a doença é uma grande preocupação na área da saúde e por isso, os médicos e demais especialistas da área precisam constantemente discutir este assunto, a fim de contribuírem para que novos tratamentos e descobertas cheguem a todos os atuantes no segmento e consequentemente, até a população.

“Quanto mais os diversos especialistas estiverem munidos com informações atualizadas, mais os pacientes serão beneficiados com os novos recursos. É por isso que é tão essencial que os profissionais da saúde troquem experiências e contribuam por meio de diagnósticos mais assertivos”, finaliza.