Rubens de Fraga Júnior

Os cientistas desenvolveram, pela primeira vez, um escore que pode prever com precisão quais pacientes desenvolverão uma forma grave de covid-19.

O estudo, liderado por pesquisadores da RCSI University of Medicine and Health Sciences, foi publicado no jornal de pesquisa translacional EBioMedicine, do The Lancet.

A medição, chamada de pontuação Dublin-Boston, é projetada para permitir que os médicos tomem decisões ao identificar pacientes que podem se beneficiar de terapias, como esteroides, e admissão em unidades de terapia intensiva.

Até este estudo, nenhum escore prognóstico específico da covid-19 estava disponível para orientar a tomada de decisão clínica. O escore Dublin-Boston agora pode prever com precisão a gravidade da infecção no sétimo dia após medir o sangue do paciente nos primeiros quatro dias.

O exame de sangue funciona medindo os níveis de duas moléculas que enviam mensagens ao sistema imunológico do corpo e controlam a inflamação. Uma dessas moléculas, a interleucina (IL) -6, é pró-inflamatória, e outra diferente, chamada IL-10, é anti-inflamatória. Os níveis de ambos são alterados em pacientes graves com coronavírus.

“A pontuação Dublin-Boston é facilmente calculada e pode ser aplicada a todos os pacientes hospitalizados”, disse o professor de medicina do RCSI Gerry McElvaney, autor sênior do estudo e consultor do Hospital Beaumont.

A pontuação também pode ter um papel na avaliação de novas terapias destinadas a diminuir a inflamação provocada pela covid-19.

O escore Dublin-Boston usa a proporção de IL-6 para IL-10 porque superou significativamente a medição da mudança em IL-6 sozinha.

Rubens de Fraga Júnior é Especialista em geriatria e gerontologia. Professor titular da disciplina de gerontologia da Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná.