O colapso atinge o sistema de remuneração da saúde

Raimundo Nonato, diretor da área de Saúde da InterSystems no Brasil

Não é novidade que o setor da saúde passa por um período de transformação acentuada em vários sentidos. Um deles, porém, precisa ser observado com cuidado – o modelo de remuneração de todo o ecossistema de atendimento, com influência direta na satisfação do paciente. Há cada vez mais necessidade do trabalho qualitativo do atendimento ao paciente com uma medição real de como o tratamento surte resultados e pagar-se pelo mérito. Ou seja, de acordo com o que o paciente efetivamente necessita e com foco em trazer o melhor diagnóstico e os melhores tratamentos para a cura. Falamos aqui do conceito de Fee for Performance ou pagamento por desempenho ou valor. Trata-se do contraponto ao atual sistema de remuneração baseado em serviços prestados (Fee for Service).

O ecossistema do atendimento à saúde está prestes a ultrapassar o limite de suas capacidades de suportar o crescimento exponencial dos custos, que foram agravados há mais de um ano pela pandemia da Covid-19. A começar pelo paciente, passando por governo, fabricantes, pagadores, pesquisadores, hospitais, laboratórios de análises, imagiologia, clínicas e ambulatórios, todos vivem conflitos de custos versus lucro versus benefícios.