Milene Rosenthal*

Desde que a Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou o surto de Covid-19 como pandemia mundial em 11 de março, a população do mundo inteiro tem vivenciado mudanças drásticas em suas vidas profissionais e pessoais. O momento pede distância. Distância dos amores, da família, dos amigos e dos colegas de trabalho. Com as saídas cada vez mais restritas por conta do isolamento social, soluções inovadoras têm sido essenciais para suprir as necessidades de todos na segurança de seus lares.

Por isso, alguns setores que ainda estavam com a digitalização engatinhando, como supermercados, padarias e negócios de bairro, tiveram o impulso que precisavam para acelerar o processo. E com a medicina não poderia ser diferente. Os números de infectados pelo novo coronavírus crescem a cada dia, e os profissionais de saúde são aqueles que estão na linha de frente no combate a essa nova e tão desconhecida enfermidade. Para ajudar no achatamento da curva de contágio deste vírus, as health techs têm sido a alternativa mais rápida e segura, tanto para os pacientes quanto para os profissionais de saúde.

Segundo a Associação Brasileira de Startups (ABStartups), esse setor tem demonstrado um crescimento exponencial. Enquanto, em 2015, o país registrava 235 empresas, hoje já possui cerca de 450 soluções inovadoras para o segmento da saúde. Um bom exemplo de como a tecnologia tem sido essencial para a medicina foi a aprovação da telemedicina. A prática, que há anos era debatida, foi aprovada pelo Senado no último 31 de março para evitar uma maior exposição da população ao vírus e reduzir a lotação de hospitais e consultórios por conta de doenças que não apresentam grandes riscos.

Apesar do caráter excepcional por conta do isolamento social, muitos profissionais e especialistas da área acreditam que a prática deve ser regulamentada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) no momento pós-pandemia. Isso porque o método tem sido capaz de agilizar diversos processos e promover mais segurança para pacientes e profissionais. Com isso, a tendência é que as health techs registrem um novo “boom” em busca de mais recursos para acelerar a digitalização das áreas de saúde física e mental.

Apesar da gravidade do problema, a pandemia tem colocado em evidência a necessidade e os benefícios que a tecnologia tem para nos oferecer: reduzir distâncias, minimizar a burocracia, proporcionar acessibilidade e promover qualidade de vida para todas as esferas da população.

* Milene Rosenthal é psicóloga e fundadora da Telavita, plataforma de psicoterapia que conecta pacientes a profissionais da psicologia de todo o país.