Devido às complicações de saúde relacionadas, os pacientes portadores de obesidade utilizam 22,6% a mais dos recursos disponíveis em planos de saúde que não obesos, segundo dados da CAPESESP

A obesidade é uma doença crônica caracterizada pelo acúmulo de gordura corporal e está relacionada a diversas complicações de saúde. Entre 2003 e 2019, o percentual da população brasileira com mais de 20 anos considerada obesa mais que dobrou. Se a incidência continuar nesta taxa, quase metade da população adulta do mundo estará acima do peso ou obesa em 2030, segundo análise do McKinsey Global Institute, na Indonésia.

Devido à importância do tema, a CAPESESP (Caixa de Previdência e Assistência aos Servidores da Fundação Nacional de Saúde) realizou um estudo com cerca de 100 mil beneficiários e constatou que o impacto econômico da obesidade em um plano de saúde é de quase R$ 10 milhões por ano, ao comparar as taxas de utilização em pacientes não obesos e obesos. O segundo grupo consome cerca de 22,6% a mais dos recursos disponíveis.

“A realidade pode ser diferente se houver mais cuidado com a saúde, mantendo hábitos alimentares saudáveis, consultando o médico regularmente e praticando atividade física. Essas ações são imprescindíveis na vida dos portadores de obesidade”, diz a médica e Diretora de Previdência e Assistência da CAPESESP, Juliana Martinho Busch.

Independentemente da etnia, localização geográfica ou status socioeconômico, as taxas de obesidade aumentaram em todas as idades e em ambos os sexos, apesar de ocorrerem com mais frequência em mulheres e adultos mais velhos. De acordo com a médica, pode estar associada ao diabetes, doenças cardíacas, pulmonares, hipertensão, além de alterações hormonais.

No Brasil, segundo o IBGE, a doença atinge cerca de 20% dos adultos, consumindo mais recursos de saúde que a população em geral. Considerando apenas Brasil e Estados Unidos, existem mais de 84 milhões de pessoas obesas. Para manter o peso ideal, é preciso que haja um equilíbrio entre a quantidade de calorias ingeridas e a energia gasta ao longo do dia.

Além disso, existem os fatores genéticos que contribuem para o desenvolvimento da doença, genes esses que atuam controlando o mecanismo da fome, saciedade e impulsos alimentares, tornando mais difícil o ato de fazer dieta.

Um estudo da Federação Latino-Americana de Sociedades de Obesidade (FLASO) mostrou que perder de 3 a 5% do peso corporal pode reduzir os riscos das complicações pela Covid-19 em pacientes portadores de obesidade, enfatizando a importância do processo de emagrecimento, que sempre deve ser acompanhado por um especialista.