Maioria dos brasileiros prefere pesquisar os sintomas online do que ir ao hospital. Especialista explica os riscos
São Paulo, julho de 2020 – Um levantamento feito pelo Minuto Saudável aponta que 94,4% dos brasileiros buscam informações de saúde na internet. Contudo, um estudo da Edith Cowan University, da Austrália, mostra que os resultados obtidos nesse tipo de pesquisa são precisos em apenas 33% de vezes. Com a pandemia e a quarentena, as pessoas ficam com medo e não podem ir ao hospital, o que pode levar a ainda mais casos de automedicação e preocupações desnecessárias. Segundo a Sami , healthtech de teleatendimento e gestão inteligente, muitas pessoas colocam a praticidade em primeiro lugar, preferindo a incerteza do que ter o trabalho de um agendamento médico.
“O procedimento para marcar um exame de rotina, um especialista, ou até mesmo tirar uma dúvida é muito longo e cansativo. Desta forma, resta a escolha de ir ao pronto-socorro, ou tomar um remédio por conta própria, seguindo instruções nem sempre precisas. Com as longas filas para ser atendido nos hospitais, agravado ao quadro de pandemia vivido no país, quando os sintomas não estão graves é comum que a segunda opção seja a mais escolhida”, explica Vitor Asseituno, presidente da Sami.
De acordo com a pesquisa do Conselho Federal de Farmácia (CFF) de 2019, o costume de ingerir remédios por conta própria faz parte da rotina de 77% dos brasileiros. Porém, esse hábito pode gerar consequências negativas como efeitos colaterais, superdosagem, armazenamento errado, mistura de remédios, alergias, entre outros. Isso significa que é um risco para a saúde mais grave do que parece. Com a pandemia, o desespero e as notícias falsas, a tendência de tomar esse tipo de decisão é ainda maior.
“O autodiagnóstico pode levar algo simples a se agravar muito rapidamente. Em uma situação de pandemia, as pessoas estão assustadas e vulneráveis a acreditar em soluções milagrosas, tomando decisões ainda mais arriscadas e até perigosas. Além disso, também acontece o oposto: o paciente acha que não é nada, ou não realiza o tratamento até o final, e descobre apenas muito depois sobre um problema sério. Por isso, o ideal é ter calma, listar os sintomas e falar com um profissional de saúde”, alerta o médico e presidente da healthtech.
Para Asseituno, o problema é que ir ao pronto-socorro também não é uma boa solução para todos os casos. Afinal, esses serviços deveriam cuidar de emergências e problemas de saúde urgentes, ainda mais no momento atual. “Quando muitas pessoas vão à emergência, os médicos são obrigados a atender o mais rápido possível para acelerar o processo, o que está longe de ser um atendimento ideal. Além disso, esse fator encarece planos de saúde , se tornando insustentável”, conta o presidente da healthtech.
Solução
De acordo com Asseituno, a melhor forma de resolver esse problema é transformar o atendimento médico em uma opção tão prática quanto uma pesquisa na internet. Isso acontece por meio do atendimento primário, que consiste no contato com um profissional de saúde que tem acesso ao histórico médico do paciente, e pode orientá-lo sobre o que fazer caso a caso. Assim, a pessoa sabe se é há necessidade de ir ao pronto-socorro, a um especialista, ou tomar o remédio – com prescrição – em casa.
Uma forma de deixar essas orientações ainda mais práticas e viáveis é o teleatendimento. Esse formato, já usado por algumas empresas e operadoras de saúde, possui as mesmas características do atendimento primário tradicional, com a diferença de ser a distância. Ou seja, por meio de uma ligação, aplicativo, video chamada ou mensagem, o paciente pode tirar dúvidas e saber o melhor tratamento guiado por um profissional de saúde e sem sair de casa.
“O teleatendimento, na verdade, pode ser o simples fato do paciente poder contar com a orientação de um profissional antes de tomar uma atitude em relação à sua saúde. Por meio deste formato de atendimento médico, somado à gestão de dados de saúde, os profissionais da Sami, por exemplo, guiam o paciente de maneira mais assertiva e rápida, oferecendo orientações médicas sem necessidade de visita ao pronto-socorro”, conclui Asseituno.