Estudos apontam que uma parcela expressiva da população brasileira engordou durante o período

Entre os inúmeros problemas que a pandemia da Covid-19 trouxe ao mundo, a obesidade aponta como um dos mais preocupantes. Nesse período onde a população ficou retida em casa devido às restrições de distanciamento social, houve a diminuição das atividades físicas, alta no consumo de industrializados e Fast Food e também aumento de sintomas depressivos ou de ansiedade, que por muitas vezes podem influenciar na quantidade e qualidade da alimentação. Guilherme Corradi, médico do esporte e pós-graduado em Lifestyle Medicine, comenta abaixo sobre a gravidade deste cenário.

A obesidade é uma doença que tem índices alarmantes e crescentes.Segundo dados de outubro de 2020 do IBGE, a proporção de obesos na população com 20 anos ou mais de idade mais que dobrou no país entre 2003 e 2019, passando de 12% para 26%. “Essa é uma doença crônica  que precisa da atenção, há anos vem atingindo tanto crianças, como adultos, e com a pandemia, influência de fatores físicos e psicológicos, muitos ficaram reféns dessa condição” afirmou Guilherme Corradi

Ao falar dos tempos atuais, os números se mostram mais desanimadores, uma pesquisa do Instituto Ipsos mostrou que 52% dos brasileiros ganharam peso ao longo de um ano e meio de pandemia,  uma média de 6,5 quilos. “Além de comer mal, muitas pessoas também esbarraram no sedentarismo durante esse período. Com academias e parques fechados e o home office, muitos deixaram de praticar atividades e quem já não praticava, deixou de se movimentar até para o trabalho”, comenta o especialista.

Além de todos esses fatores, os pedidos de comida nos aplicativos se tornaram outro chamariz à alimentação inadequada. A pesquisa da Associação Brasileira de Franchising em parceria com a consultoria Galunion em 2020, no início da pandemia, mostrou que o faturamento de delivery era por volta dos 18% e saltou para 36%.

“O delivery traz com facilidade e rapidez um alimento na maior parte das vezes rico em calorias, processados e que tem um preparo não muito saudável. O frango grelhado de um delivery tem características muito diferentes daquele feito em casa.” alertou o médico

Com a melhora das condições pandêmicas e a vida voltando ao normal, agora é hora de recuperar o prejuízo, porém para superar essa condição, apenas “fechar a boca” e uma simples esteira não são o suficiente. “Falando como profissional, a questão não é só alertar sobre os riscos, mas fazer o paciente refletir sobre a forma que está se alimentando. Para superar a obesidade é necessário compreender a situação de cada pessoa e ter um plano para chegar em um estado saudável, só assim será possível contornar a doença.” concluiu Guilherme Corradi.

Sobre Dr. Guilherme Corradi 

Dr. Guilherme Corradi – CRM-SP 133564, RQE: 62929. Especialista em Medicina do Esporte.   Pós-graduado em Lifestyle Medicine (Medicina do Estilo de Vida). Membro titular da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte, da FIMS-International Federation of Sports Medicine e da ELMO – European Lifestyle Medicine Organization.

Possui protocolos voltados para ganho de massa muscular e emagrecimento. Na sua clínica própria em São Paulo, atende vários famosos.