Painel destaca protagonismo feminino na gestão hospitalar filantrópica em Sergipe

O primeiro dia de atividades do 4º Encontro de Hospitais Filantrópicos de Sergipe e 1º Encontro AHESE – Hospitais, Clínicas e Laboratórios foi encerrado com um painel que colocou em evidência o papel transformador das mulheres na liderança e gestão dos serviços de saúde. Com o tema “Mulheres que Transformam: Equidade de Gênero e Sustentabilidade na Gestão Hospitalar Filantrópica”, o debate reuniu quatro importantes lideranças femininas do setor hospitalar brasileiro.

Participaram do painel Carolina Teixeira, presidente da Federase (Federação dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Estado de Sergipe); Márcia Guimarães, interventora judicial do Hospital Cirurgia; Marcela Pithon, presidente da AHESE (Associação dos Hospitais e Estabelecimentos de Saúde de Sergipe); e Irmã Neuza Lúcio Luiz, presidente da FHESC (Federação de Hospitais e Entidades Filantrópicas de Santa Catarina). A mediação ficou a cargo de Amanda Gonçalves, curadora de conteúdos do Saúde Business/Informa Marketing Latam.

Carolina Teixeira abriu o debate destacando o perfil das mulheres que comandam a saúde em Sergipe. Segundo ela, o setor é conduzido por profissionais abnegadas e corajosas, que atuam com propósito definido. A presidente da Federase ressaltou a mudança de cenário no setor hospitalar, historicamente marcado pela presença masculina em cargos de chefia e tomadas de decisão.

“Hoje as mulheres são maioria nos conselhos administrativos e isso representa um avanço significativo. As instituições representativas do setor também refletem essa transformação, com mulheres ocupando cada vez mais espaços de liderança e gestão”, afirmou Carolina Teixeira.

A presidente da Federase também destacou a importância do conhecimento como ferramenta de transformação, mencionando parcerias estratégicas com instituições de ensino para capacitar profissionais e formar novas lideranças femininas dentro dos hospitais.

Resiliência e cuidado
Márcia Guimarães trouxe sua experiência como interventora judicial do Hospital Cirurgia para ilustrar como a presença feminina tem transformado a gestão hospitalar. Ela citou pesquisas que apontam maior resiliência, atenção e sustentabilidade em empresas geridas por mulheres, características que se relacionam diretamente com o perfil feminino de cuidado.

“O hospital é a empresa mais complexa dentro da saúde, com uma grande gama de profissionais e especialidades. O olhar feminino de mãe, de cuidado com os outros e com as coisas, faz toda a diferença e isso se mostra no zelo tanto com as pessoas como com os recursos da instituição”, destacou Márcia Guimarães.

A interventora também enfatizou que a consolidação de uma cultura organizacional mais equitativa passa pelo conhecimento e pelo aprimoramento das características que fazem do líder uma referência para suas equipes.

Compromisso
Marcela Pithon refletiu sobre a formação de lideranças femininas no setor e como a criação da AHESE, há oito meses, representa a promoção do protagonismo feminino também no âmbito institucional.

Ela é a única mulher à frente de uma associação filiada à Federação Brasileira de Hospitais e destacou que a entidade nasceu como um braço da Federase em busca da qualificação não apenas da rede hospitalar de Sergipe, mas de todo o setor de saúde suplementar.

“Uma gestão mais inclusiva e equitativa depende do compromisso. O maior desafio é o comprometimento com onde você quer chegar e com as transformações que deseja promover no setor”, afirmou Marcela Pithon.

Propósito e espiritualidade

Irmã Neuza Lúcio Luiz, com longa trajetória dedicada à saúde e à espiritualidade, trouxe uma reflexão sobre os desafios de conciliar propósito, fé e trabalho na gestão hospitalar. Ela está à frente da FHESC desde 2020, sendo a primeira mulher a ocupar o cargo, e também é diretora geral do Hospital São Paulo, em Xanxerê (SC).

“Cada um de nós veio a este mundo com um propósito. E na saúde é cuidar da vida com dignidade e humanização, em prol do bem de todos: pacientes e profissionais. Nós mulheres temos ocupado espaços com uma missão muito grande e onde há mulheres há força, coragem e zelo. Precisamos de maiores oportunidades para mulheres nas instituições filantrópicas”, declarou Irmã Neuza.

A presidente da FHESC informou que, dos 236 hospitais de Santa Catarina, 145 são filantrópicos, sendo 84 deles filiados à federação que preside. Ela reforçou o conhecimento como ferramenta essencial de transformação para ampliar o protagonismo feminino no setor.

O painel evidenciou que a presença feminina em cargos de liderança não apenas representa um avanço na equidade de gênero, mas também contribui para uma gestão mais humana, resiliente e sustentável nas instituições de saúde filantrópicas do país.

Sobre o evento
O 4º Encontro de Hospitais Filantrópicos de Sergipe e 1º Encontro AHESE – Hospitais, Clínicas e Laboratórios reúne, em Aracaju, lideranças do setor de saúde de todo o país para debater os principais desafios e oportunidades da gestão hospitalar filantrópica e da saúde suplementar.