CAMPANHA – Os números foram divulgados pela Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED), que, em razão da Campanha Março Azul, analisou as bases oficiais de informação do SUS para alertar a sociedade sobre a necessidade de prevenção dessa doença, que atinge o reto e intestino e ainda é pouco discutida no Brasil.
“Os métodos diagnósticos precisam ser oferecidos de forma sistematizada pelo SUS para rastrear os pacientes mais propensos a desenvolver esse tipo de câncer. Quando alterações no reto e intestino são diagnosticadas em estágios iniciais, há possibilidade do médico intervir diretamente e prevenir uma evolução desfavorável, na maioria dos casos”, frisa o presidente da SOBED, Ricardo Anuar Dib.
AUMENTO DOS CASOS – Os dados de mortalidade decorrentes do câncer colorretal, compilados pela SOBED, indicam que, somente em 2019 (último dado disponível), foram registrados 19.685 óbitos por câncer do cólon, da junção retossigmoide e do reto no Brasil. Os casos vêm aumentando, em média, cerca de 5% a cada ano, tendo sido observado um crescimento de 51% em relação aos casos registrados em 2010 (13.070).
A análise da SOBED permite, ainda, identificar o impacto da doença no atendimento hospitalar. Apesar da pandemia de COVID-19, que, em muitos casos, baixou o número de internações decorrentes de outras doenças, no ano passado em dez estados do País houve aumento nas hospitalizações para tratamento do câncer colorretal. O maior aumento proporcional aconteceu em Goiás, onde a quantidade de internações passou de 1.230, em 2019, para 1.598, em 2020 – salto de 30%.
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Segundo o coordenador da Campanha Março Azul e presidente da Comissão de Ações Sociais da SOBED, Marcelo Averbach, o passo decisivo para mudar o cenário atual é investir em ações de prevenção.
“É preciso mobilizar toda a sociedade para reverter com urgência essa grave situação. Somente será possível reduzir os altos números de mortes verificadas no Brasil, se ampliarmos o acesso aos procedimentos diagnósticos. Nesse sentido, o apelo da campanha Março Azul é também direcionado aos governantes e gestores públicos. É imprescindível que o País elabore políticas de saúde com foco no tema, para garantir aos pacientes chances efetivas de tratamento e cura”, afirma.