Especialista da Criogênesis indica motivos para preservação de células, capazes de tratar diversos tipos de doenças

Com o passar dos anos, o progresso dos estudos no campo da medicina regenerativa ampliou a possibilidade do uso clínico das células-tronco do sangue de cordão umbilical em doenças que até hoje são consideradas como incuráveis ou de difícil tratamento. Esse é um dos benefícios adquirido pela família que escolheu armazenar o material, cuja coleta é efetuada imediatamente após o parto.

Nelson Tatsui, Diretor-Técnico do Grupo Criogênesis e Hematologista do HC-FMUSP, explica que, a falta de informação e os mitos em torno do tema dificultam a tomada de decisão e procura pelo serviço. “O grande potencial dessas células concentra-se na possibilidade delas transformarem-se em diferentes outros tipos celulares. E é exatamente, por isso, que elas são fundamentais para a medicina regenerativa. O público que, em geral, realiza o armazenamento, são pais que já pesquisaram, conhecem o assunto e têm o intuito de garantir a qualidade de vida dos filhos no futuro”, afirma.

Abaixo veja os principais motivos para realizar a coleta e armazenamento do material:

Uso comprovado pela medicina

As células-tronco do sangue do cordão umbilical podem ser utilizadas no tratamento de mais de 89 tipos de patologias. “Atualmente existem diversas pesquisas em curso, nos principais centros do mundo, para investigar o uso em casos de doenças comuns na nossa população como paralisia cerebral, AVC, autismo, problemas cardíacos, cirrose hepática, lesões nos ossos, entre outras”, destaca.

Não envelhecem após o armazenamento

O sangue, que contém células-tronco, coletado depois do parto é examinado, processado, criopreservado e armazenado em baixas temperaturas para que retenha suas características iniciais. “Caso venha apresentar doenças no futuro, o indivíduo contará com esse material biológico, que foi congelado ainda saudável. É como se as células-tronco retirada do cordão umbilical fosse um carro zero-quilômetro e as demais células presentes no corpo desde o nascimento, que não foram preservadas, um veículo seminovo.À medida que o tempo passa, as células armazenadas não envelhecem, não perdem o poder proliferativo e de diferenciação, além de ficarem protegidas dos efeitos ambientais nocivos”, expõe.

Uso em Terapia celular

A terapia celular consiste na substituição de células doentes por células saudáveis para serem utilizadas no tratamento de diversas doenças. “O procedimento visa tratar, restaurar ou modificar as células usando o próprio material do paciente durante a técnica. As células são cultivadas ou modificadas fora do corpo antes de serem injetadas no paciente e podem se originar dele próprio ou de um doador. Seu uso é benéfico, pois possibilita que lesões difíceis de serem restabelecidas sejam tratadas”, finaliza.

Procedimento é realizado de forma indolor

As células-tronco estão presentes em abundância no cordão umbilical do bebê e na placenta, sendo que devem ser coletadas logo após o clampeamento — momento em que o médico rompe a ligação do feto à mãe. Desse modo, não há risco para a mãe e o bebê. “Como o cordão e placenta são descartados posteriormente ao parto, esse é o único momento em que é possível coletar o material para a criopreservação, de modo totalmente indolor”, declara.