“É muito importante a campanha Novembro Azul sobre prevenção e diagnóstico do câncer de próstata, pois a doença causa cerca de 15 mil mortes por ano no Brasil. Somente em 2020, tivemos quase 66 mil casos em nosso país”, observa o médico Álvaro Gradim, presidente da Associação dos Funcionários Públicos do Estado de São Paulo (AFPESP).
Ao enfatizar essas estatísticas do Instituto Nacional do Câncer (Inca), Gradim lembra que 60% dos casos acometem homens com mais de 65 anos. Além da idade, há os seguintes fatores de risco: pai ou irmão com a enfermidade antes dos 60 anos, podendo refletir tanto causas genéticas quanto hábitos alimentares ou estilo de vida de algumas famílias; excesso de gordura corporal; e exposições a aminas aromáticas (comuns nas indústrias química, mecânica e de transformação de alumínio), arsênio (usado como conservante de madeira e como agrotóxico), produtos de petróleo, motor de escape de veículo, hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPA), fuligem e dioxinas.
A doença, que é o segundo tipo de câncer mais frequente na população masculina, atrás apenas do de pele, não apresenta sintomas durante um bom tempo. Quando os sinais aparecem, como aumento da frequência e dificuldade e dor para urinar e presença de sangue no líquido, a enfermidade já está em fase avançada, sendo mais difícil o tratamento e mais recorrente a metástase, ou seja, o acometimento de outros órgãos pelo tumor maligno.
Por isso, a prevenção e o diagnóstico precoce são fundamentais. “O monitoramento periódico é essencial. Homens a partir dos 45 anos com fatores de risco ou 50 anos sem essas características devem procurar o urologista para iniciar o processo preventivo e, se for o caso, possibilitar o diagnóstico precoce“, explica o presidente da AFPESP. Há dois exames iniciais relevantes: o de sangue, por meio do Antígeno Prostático Específico (PSA), e o de toque retal, que, associados, apresentam segurança superior a 90% na detecção da doença. “É muito importante que o maior número possível de homens nas faixas etárias nas quais se observam os fatores de risco realizem o acompanhamento permanente, reduzindo muito o risco de desenvolvimento grave da doença”, conclui o médico.