A obesidade aumenta o risco para o desenvolvimento de diversas outras doenças, como infarto, AVC, diabetes, cânceres, pressão alta e doenças reumatológicas. Para o endocrinologista do Hospital Santa Catarina – Paulista, reduzir o sedentarismo e evitar refeições industrializadas, além do excesso de alimentos ricos em gordura e açúcar, são caminhos necessários para prevenção
O número de pessoas com obesidade e excesso de peso no país não para de crescer desde 2006 e este dado piorou com a pandemia, de acordo com a Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel 2020), divulgada pelo Ministério da Saúde. O material indica que, no ano passado, 57,5% da população adulta do Brasil estava com excesso de peso – era 55,7% em 2019 – e 21,5% da população está com obesidade – era 19,8% em 2019.
Estes índices são preocupantes, especialmente quando incluímos a Covid-19 na equação, já que a obesidade é um dos principais fatores de risco para infecções mais graves pelo novo coronavírus. Em adição, o excesso de peso influencia diretamente no aumento da falta de ar, necessidade de oxigênio e ventilação mecânica, além de estar associado a outras doenças.
“Apesar do cenário alarmante, as perdas de peso podem reduzir as chances de desenvolver as formas graves da Covid-19. Então, a perda de 5% do peso é benéfica não só para o metabolismo, mas também para a diminuição do processo inflamatório que a obesidade causa. Esta combinação diminui os riscos de complicações por infecções em geral, entre elas está a do novo coronavírus” explica o Dr. Hugo Valente, endocrinologista do Hospital Santa Catarina – Paulista.
A obesidade é uma doença crônica, ou seja, ela não põe em risco a vida da pessoa a curto prazo, mas aumenta o risco para o desenvolvimento de diversas outras doenças, como infarto, AVC, diabetes, cânceres, pressão alta, doenças reumatológicas e outras. Além disso, pode mexer com fatores psicológicos, ocasionando a diminuição da autoestima e depressão, e dores físicas nos músculos e articulações, principalmente nas costas, pernas e braços.
A previsão da Organização Mundial da Saúde (OMS) é que, até 2025, 700 milhões de pessoas sejam diagnosticadas com a doença e mais de 2 bilhões de pessoas estejam acima do peso no mundo. E mais de 11 milhões de crianças e adolescentes terão, pelo menos, sobrepeso.
A obesidade é calculada a partir do índice de massa corpóreo (IMC), que é obtido ao se dividir o peso (em kg) pela altura ao quadrado (em metros). De acordo com o padrão utilizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), quando o resultado fica entre 18,5 e 24,9 kg/m2, o peso é considerado normal. Entre 25,0 e 29,9 kg/m2, sobrepeso, e acima deste valor, a pessoa é considerada obesa.
A obesidade pode ser causada por diversos fatores – genéticos, psicológicos, sociais, metabólicos – e, assim como o excesso de peso, está ligada aos hábitos da vida moderna, estresse e diminuição da atividade física. “Para o bem da população, temos que evitar ou diminuir o sedentarismo, refeições industrializadas, além do excesso de alimentos ricos em gordura e açúcar, que resultam no aumento do número de pessoas obesas, inclusive crianças”, reforça o médico.
Dicas para evitar ou retardar o sobrepeso
• Beber água. A hidratação é um ponto fundamental para manter o metabolismo adequado, a fim de melhor o gasto de energia e, consequentemente, evitar ou prevenir o ganho de peso;
• Aumentar o consumo de vegetais, como leguminosas e verduras;
• Consumir frutas, especialmente in natura e evitar sucos adocicados;
• Ingerir fibras, como grãos – aveia, linhaça, entre outros -, porque geram uma saciedade maior e regularizam o intestino.