Saiba como os cuidados paliativos podem aliviar o sofrimento de pacientes com doenças graves

Médica do Hospital Brasília Unidade Águas Claras explica o papel dos cuidados paliativos na melhoria da qualidade de vida desses pacientes por meio do acolhimento ao longo do processo da enfermidade

Receber o diagnóstico de uma doença que ameaça a continuidade da vida é doloroso tanto para o paciente quanto para a família e amigos. São consideradas ameaçadoras da vida as enfermidades cuja cura ou reversão ainda não é alcançável pela ciência e medicina, tais como as degenerativas neurológicas (Alzheimer, Parkinson e escleroses), alguns tipos de câncer, AIDS avançada, traumatismo craniano e cardiopatias. Mas, ao longo do processo e evolução da patologia, é possível encontrar um cuidado ativo, centrado na pessoa, com objetivo de melhorar a qualidade de vida dos pacientes e seus familiares, denominado cuidado paliativo.

De acordo com a Dra. Thaís Boaventura, geriatra com área de atuação em medicina paliativa do Hospital Brasília Unidade Águas Claras – pertencente à Dasa, maior rede de saúde integrada do país –, quando se trata dessas doenças, a assistência médica focada na tentativa de cura pode ser ineficaz e, o que é pior, agravar o sofrimento devido ao uso de métodos invasivos.

“Os cuidados paliativos caminham junto a outros tratamentos e existem para qualificar a assistência aos pacientes com doenças ameaçadoras da vida. A medicina paliativa é baseada em evidências científicas e considera cada pessoa em sua integralidade”, ressalta a especialista.

Conforme a médica paliativista, esses cuidados são oferecidos por uma equipe multidisciplinar (enfermeiros, psicólogos, farmacêuticos, nutricionistas, entre outros profissionais de saúde) e integrados a muitas especialidades, tais como geriatria, oncologia, neurologia, cardiologia, nefrologia, pneumologia e outras, a depender da enfermidade principal do paciente. Esse time acolhe o paciente e sua rede de familiares e amigos, apoiando-os em suas necessidades no decorrer da trajetória da doença e continua no acompanhamento do luto de familiares e amigos após o falecimento.

“O que fazemos é prevenir e aliviar o sofrimento com cuidados para atenuar a dor e outros sintomas incômodos. Ao mesmo tempo, integramos aspectos psicológicos e espirituais, valorizando a história de vida do paciente, respeitando sua autonomia e considerando a morte como um processo natural”, explica a Dra. Thaís.