Entre as doenças mais negligenciadas estão as ligadas ao cérebro e à mente, como ansiedadeestressesíndrome do pânico e depressão. Há tanto tabu, que quem está sofrendo os distúrbios tenta esconder e os que relatam algum tipo de sintoma para amigos ou familiares, muitas vezes escutam que “isso é passageiro e logo vai passar”. E, se a pessoa insiste em dizer que algo está errado, é mais comum ainda as outras dizerem que “depressão é coisa de quem chora o dia todo, trancado num quarto escuro e é claro que o seu problema não é isso”.

Crianças, adolescentes e mulheres estão entre as principais vítimas da doença e, sobretudo, da negação. Os motivos são os mais variados, pode até ser uma herança genética, mas é fato que o mundo moderno, com toda a sua complexidade, exigência, riscos e problemas, está impactando o emocional das pessoas. E o tem colaborado ainda mais para o agravamento dos casos é a falta de tratamento desde quando os sintomas começam a aparecer. A psicóloga da Zero Barreiras, Christiane do Valle, alerta:

“Quando uma pessoa ou alguém da sua convivência, como um familiar ou amigo, está com falta de disposição, não se levanta da cama com a mesma energia para desempenhar suas atividades diárias, se irrita com os outros facilmente, ou seu comportamento está fugindo do padrão habitual, pois não consegue dormir, ou mesmo se dormindo a noite inteira, não acorda descansada, porque o sono não foi tranquilo e reparador, é um sinal de alerta. Algo dentro dela está avisando que as coisas não vão bem e que é fundamental tomar certas medidas para evitar consequências mais sérias. Em geral, é alguém de fora que chama atenção para o problema. A roda da vida quase sempre impede que a própria pessoa perceba com clareza o que está acontecendo com ela. E perceber esses primeiros sinais é super importante”, diz a psicóloga.

Abaixo estão algumas características que indicam como são alguns problemas emocionais mais comuns:

Ansiedade

O transtorno da ansiedade generalizada (TAG) é um distúrbio caracterizado pela “preocupação excessiva ou expectativa apreensiva”, persistente e de difícil controle, que perdura por seis meses no mínimo e vem acompanhado por três ou mais dos seguintes sintomas: inquietação, fadiga, irritabilidade, dificuldade de concentração, tensão muscular e perturbação do sono.

Nesses casos, o nível de ansiedade é desproporcional aos acontecimentos geradores do transtorno, causa muito sofrimento e interfere na qualidade de vida e no desempenho familiar, social e profissional dos pacientes.
O transtorno da ansiedade generalizada pode afetar pessoas de todas as idades, desde o nascimento até a velhice. Em geral, as mulheres são um pouco mais vulneráveis do que os homens.

Os sintomas podem variar de uma pessoa para outra. Os mais comuns são:

Inquietação;
Fadiga;
Irritabilidade;
Dificuldade de concentração;
Tensão muscular.
Existem também outras queixas que podem estar associadas ao transtorno da ansiedade generalizada:
Palpitações;
Falta de ar;
Taquicardia;
Aumento da pressão arterial;
Sudorese excessiva;
Dor de cabeça;
Alteração nos hábitos intestinais;
Náuseas;
Aperto no peito;
Dores musculares.