De acordo com dados da OMS, o número de mortes decorrentes do ato chegou a 700 mil em 2019

Este mês é marcado pela campanha internacional Setembro Amarelo, estabelecida em alusão do Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio (10). No Brasil, a data tornou-se parte do calendário nacional oficialmente em 2013 e, atualmente, mobiliza entidades e instituições de saúde em todo o país a fim de promover ações de conscientização e cuidado com o bem-estar mental.

Segundo as últimas estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 700 mil pessoas morreram por suicídio em 2019. Assim, uma a cada 100 mortes registradas no período foi decorrente do ato, resultando em mais vítimas do que as de doenças como o HIV, malária ou câncer de mama, ou até mesmo, guerras e homicídios. De acordo com a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), entre os jovens de 15 a 29 anos, foi a quarta causa de óbitos depois de acidentes de trânsito, tuberculose e violência interpessoal.

Após intensivas campanhas, as taxas têm diminuído entre os continentes, contudo, diferentemente das demais regiões, as Américas tiveram um aumento nos índices. Conforme aponta dados da OPAS, de 2000 a 2019, o acréscimo nos locais, inclusive no Brasil, chegou a 17% no período, revelando a necessidade de atenção às doenças mentais, principalmente as não diagnosticadas ou tratadas incorretamente.

“O suicídio e as tentativas afetam não apenas os indivíduos que cometem o ato, mas promovem um efeito cascata extremamente negativo também nos familiares e amigos. Diversos fatores de risco podem estar associados ao tema, como perda de emprego e debilidade financeira, traumas ou abusos, transtornos psicológicos e mentais, uso de substâncias e até mesmo a falta de acesso a um tratamento de saúde eficaz e de qualidade”, explica o Psiquiatra do Sabin Atibaia, Dr. Otávio Sergio Santos Cutrim.

O médico acrescenta ainda que o suicídio é um ato de tirar a própria vida e sua prevenção envolve identificar sinais de alerta, oferecer apoio emocional, buscar ajuda profissional e promover conscientização sobre saúde mental. Esses indícios podem incluir mudanças no comportamento, isolamento social, expressões de desesperança, falar sobre morte ou suicídio, entre outros. É importante estar atento e oferecer apoio a quem apresentar esses comportamentos.

“Algumas doenças psiquiátricas que podem aumentar o risco de suicídio incluem a depressão, transtorno bipolar, transtorno de personalidade borderline, esquizofrenia e transtornos de ansiedade graves. É fundamental buscar ajuda profissional caso você mesmo ou alguém próximo esteja enfrentando essas condições”, reforça o Dr. Otávio Cutrim.

Os órgãos mundiais de saúde como a OMS e OPAS alertam que, entre as principais medidas de prevenção ao suicídio baseadas em evidências, incluem a restrição do acesso a armas de fogo e pesticidas, por exemplo. Além disso, a educação da mídia sobre a cobertura responsável e o apoio aos adolescentes por meio de programas de combate ao bullying e ações efetivas nas escolas e universidades são importantes.

“A orientação também abrange, em especial, a identificação precoce, correta avaliação e acompanhamento constante de qualquer pessoa que tenha pensamentos ou comportamentos suicidas. Uma tentativa anterior é um fator crítico de risco e deve ser acender um alerta para a necessidade de assistência e acolhimento do paciente”, finaliza o médico Psiquiatra.

Atualmente, o Centro de Valorização da Vida auxilia nessa campanha e previne suicídios. É possível ligar gratuitamente para 188 e conversar com um voluntário e receber o apoio necessário. Para os familiares e amigos que desejam se informar e participar da campanha, basta acessar o site: https://www.setembroamarelo.com/ 

No Sabin Atibaia, a campanha Setembro Amarelo ganhará reforço com a palestra “Setembro Amarelo é um convite para falar sobre a vida”. A preleção será ministrada pelo Professor e Psicanalista, Márcio Benitez, no dia 22 às 15h30 no Auditório do Sabin, localizado na Unidade Madeira – Rua Madeira, 35, Atibaia/SP.