A Hemodiafiltração (HDF) é a mais eficaz na eliminação de toxinas em comparação à hemodiálise convencional, além de trazer melhor qualidade de vida

De acordo com a Associação Brasileira dos Centros de Diálise e Transplante (ABCDT), quase 140 mil brasileiros fazem diálise no país, sendo mais da metade destes provenientes de outras doenças, como Hipertensão e Diabetes. Também segundo dados da Sociedade Brasileira de Nefrologia, o número de casos diagnosticados de doença renal crônica (DRC) vem crescendo, em média, com 40 mil novos registros ao ano. Dentre as terapias mais avançadas, está a hemodiafiltração online de alto volume, que entrou há pouco tempo no rol de procedimentos a serem obrigatoriamente cobertos por todos os planos de saúde, por decisão da Agência Nacional de Saúde Suplementar. Desde então, ela já vem transformando a vida dos pacientes renais no Brasil.

“Eu tinha muita dificuldade de adaptação aos tratamentos, vivia passando mal, com indisposição, não tinha prazer de viver. Hoje, a minha vida é bem melhor. Eu caminho até 7km, faço esportes, faço fisioterapia na clínica, faço exercícios funcionais e, mais importante, tenho energia para cuidar e brincar com a minha neta, afirmou a aposentada Claudia Regina, 52 anos, diagnosticada com Rins Policísticos”.

Na hemodiálise convencional, usando um acesso vascular especialmente implantado em cada paciente, o sangue circula através de uma máquina de hemodiálise e passa por um filtro (chamado de “capilar”), onde é “depurado” – essa “depuração” do sangue ocorre por ação de um fenômeno chamado DIFUSÃO, em que moléculas pequenas são retidas pelo filtro capilar, e o sangue é então devolvido ao paciente livre destas moléculas. Já na HDF online, o filtro capilar também é usado, mas soma-se uma segunda força de filtração chamada CONVECÇÃO: uma solução estéril (chamado “dialisato ultrapuro”) passa pelo filtro capilar a um fluxo alto. Essa passagem de líquidos “arrasta” consigo moléculas que não seriam filtradas apenas usando a tradicional DIFUSÃO. Entre as substâncias que são removidas pela filtração convectiva estão o Fosfato e moléculas associadas a doenças inflamatórias crônicas, cardiovasculares e neuropatias.

De acordo com a nefrologista Jacqueline Monteiro, Diretora Médica Regional Centro Oeste da DaVita Tratamento Renal, a HDF é uma das técnicas mais avançadas de substituição renal, devido a sua alta eficiência e baixos efeitos colaterais e pode ser indicada para todos os pacientes renais crônicos dialíticos, principalmente aqueles com comorbidades:  doenças cardiovasculares, portadores de diabetes, hipertensão refratária à múltiplas drogas e crianças em fase de crescimento. O tempo do tratamento é o mesmo: são de três a seis vezes por semana de duas a quatro horas.

“A HDF se diferencia da convencional porque oferece uma maior remoção das moléculas nocivas para o organismo. Ademais, ela apresenta menor risco de hipotensão durante o tratamento, reduzindo a instabilidade hemodinâmica do processo decorrente da diálise que, por sua vez, diminui os eventos cardiovasculares. Há também grande melhora do controle nutricional e da hiperfosfatemia (alta concentração de fósforo no sangue). Vários estudos já mostraram uma forte correlação com a redução dos episódios de internação e demonstraram quase 30% de redução da mortalidade por causa cardiovascular, afirma a médica.

Informações sobre a Personagem

Claudia Regina, 52 anos, avó da Sofia de 5 anos. Trabalhava como vigilante noturna, até passar muito mal e ser diagnosticada com Rins Policísticos na década passada. Há cinco anos faz hemodiálise. Entretanto, teve que ter o rim retirado e desde então, passou a fazer HDF, pois se sentia muito mal na hemodiálise comum.