A neuroproteção neonatal vive uma transformação profunda no Brasil. Desde 2017, a Protecting Brains & Saving Futures (PBSF), organização social brasileira comprometida com a missão de reduzir a zero o número de crianças com deficiências evitáveis no mundo, vem implementando um novo paradigma de cuidado intensivo: a UTI Neonatal Neurológica Digital (UTI Neon).
Presente atualmente em 48 hospitais — sendo 21 públicos e 27 privados — a abordagem já beneficiou diretamente mais de 15 mil recém-nascidos de alto risco. Por meio de um sistema de saúde digital baseado em inteligência artificial e computação em nuvem, a solução é capaz de detectar precocemente ameaças neurológicas silenciosas, como crises
epilépticas e asfixia perinatal — uma condição que responde por até 23% dos óbitos neonatais, segundo dados da Organização Mundial da Saúde.
“Mais de 80% das crises neurológicas em recém-nascidos são subclínicas, ou seja, não apresentam sinais visíveis. A tecnologia torna-se, portanto, uma ferramenta essencial para identificar essas alterações e agir de forma precoce”, explica o Dr. Gabriel Variane, neonatologista e fundador da PBSF. “Nosso sistema monitora, de forma contínua, parâmetros como atividade elétrica cerebral, oxigenação, perfusão, frequência cardíaca e outros indicadores críticos, integrando-os em uma plataforma acessada remotamente por especialistas 24 horas por dia.”
A abrangência da UTI Neon é nacional. A Santa Casa de Misericórdia de São Paulo foi a primeira instituição a integrar a solução, incluindo o uso inovador de realidade mista com óculos inteligentes para guiar exames neurológicos em tempo real. Essa tecnologia permite que informações clínicas e projeções holográficas sejam sobrepostas ao campo de visão do
profissional, potencializando a análise colaborativa entre equipes locais e remotas. Até o momento, mais de 1.280 bebês já foram monitorados pela Santa Casa de São Paulo com essa abordagem.
“A plataforma digital não apenas viabiliza diagnósticos mais precisos e intervenções mais rápidas, como também estrutura um ecossistema de cuidado coordenado e humanizado. Os protocolos são validados em tempo real por uma equipe médica dedicada, promovendo segurança clínica e acolhimento familiar nos momentos mais críticos”, afirma Variane.
Em Brasília, onde a PBSF atua desde 2018, já são mais de 800 bebês atendidos em cinco hospitais, com mais de 50 mil horas de monitoramento contínuo acumuladas. De Norte a Sul do país, a expansão do cuidado neurocrítico neonatal torna-se realidade.
“Cada exame, cada dado interpretado em tempo hábil, representa uma janela de oportunidade. A capacidade de intervir antes que o dano ocorra transforma o destino dessas crianças — e de suas famílias. É essa convicção que nos move todos os dias”, conclui Variane.
Sobre a PBSF
A PBSF (Protecting Brains & Saving Futures) é uma empresa nacional que tem o objetivo de promover o conceito de UTI Neonatal Neurológica Digital (UTI Neon) nas maternidades e hospitais, por meio monitoramento neurológico remoto 24×7, que resulta em diagnóstico e tratamento precoce de lesões cerebrais em recém-nascidos de risco, capaz de evitar sequelas neurológicas. Com a maior rede de neuromonitoramento neonatal descrita no mundo, tem