José Tadeu Chechi, diretor-geral do Hospital Dona Helena, de Joinville (SC)
O enfrentamento da pandemia mobiliza o planeta há quase um ano e meio. Ainda teremos enormes desafios, com inúmeras dúvidas quanto aos impactos dessa crise no longo prazo. A vacinação evolui e traz um alento. Espera-se que o segundo semestre traga uma redução nas graves estatísticas que vimos nestes últimos meses, mas será necessário que a população mantenha a atenção aos cuidados aprendidos no dia a dia, tão elementares, para evitar o risco de uma nova onda.
Para as instituições hospitalares, a pandemia trouxe um aprendizado muito intenso, na busca da desejada superação desse período difícil. Do ponto de vista da gestão, entre outros aspectos, a fim de garantir o atendimento da demanda crescente, tomamos a iniciativa de ampliar os estoques de insumos, que não poderiam faltar. Ao mesmo tempo, revisamos protocolos e fortalecemos o treinamento das equipes. Hoje, só podemos enxergar um cenário melhor porque nos preparamos para isso.
Uma questão a se consumar é a volta à normalidade nos atendimentos médicos de modo geral. Neste momento, segundo aponta a Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), o mercado de saúde vive uma inflexão, depois da queda na procura por procedimentos verificada no auge da pandemia. Em função do isolamento social, tratamentos foram interrompidos, muitas pessoas deixaram de fazer exames preventivos. Os hospitais estão se preparando para um cenário de aumento de casos de doenças crônicas que exigirão atenção. Outro suporte necessário deverá estar voltado a lidar com as perdas emocionais, psiquiátricas, nas milhares de famílias afetadas pela Covid-19. No Dona Helena, implantamos um programa chamado “Vc de Bem”, com a preocupação de manter a saúde mental dos funcionários.