Em uma verdadeira corrida contra o tempo, o órgão passa por uma série de protocolos antes de salvar uma vida

Entrevista com familiares, registro do órgão, parceria com companhias aéreas e forças armadas e uma verdadeira corrida contra o tempo. Estes são alguns dos passos tomados pelo Hospital Brasília para que um fígado chegue a quem precisa. Na última semana, o hospital registrou a marca de 100 transplantes hepáticos realizados. É o primeiro hospital privado do Centro-Oeste a conseguir o feito.

“A equipe de captação e transplante fica de sobreaviso 24h, durante 07 dias da semana, no aguardo do recebimento da oferta  para que o paciente doador possa ser avaliado e seja verificada a viabilidade do órgão para o posterior transplante, com  isso conseguimos tirar mais um paciente de fila e lhe conceder a possibilidade de ter uma melhor qualidade de vida com a realização do transplante”, aponta a enfermeira especialista em doação e captação de transplante do Hospital Brasília Gislaine Albuquerque.

A enfermeira destaca que o processo de doação precisa ter consentimento familiar. De acordo com a especialista, o potencial doador são pacientes que evoluíram para Morte Encefálica. Com isso, a família passa por um processo de entrevista familiar e, havendo o consentimento, se inicia o processo de doação, que é uma verdadeira corrida contra o tempo.

“São realizados exames laboratoriais para a compatibilidade do órgão. Descartada as contraindicações, a Central Estadual de Transplante recebe todos os documentos do Potencial Doador, avalia a veracidade das informações e registra no Sistema Nacional de Transplantes”, relata.

Na hora o sistema busca os pacientes que estão na fila e seleciona os compatíveis. Após estes processos, os documentos e a seleção são encaminhados por e-mail para a Coordenação de Transplante, e o médico responsável irá avaliar se aceita ou não a oferta, como informa a enfermeira. Gislaine explica que, quando o órgão é aceito, outro processo se inicia: a logística de captação. Esta é a etapa feita pelo hospital.

“Poderá ser por via aérea, com o apoio do Ministério da Saúde através do Termo de Cooperação Técnica estabelecido com as companhias aéreas e com a Força Aérea Brasileira (FAB) ou por via terrestre e poderá acontecer em qualquer hora do dia ou madrugada”, registra.

Assim, é designada uma equipe para uma cirurgia de extração. Caso o órgão esteja inviável para o transplante, o paciente candidato segue aguardando na fila outro potencial doador e todo o processo será refeito.

100 transplantes hepáticos

Liderada pelo médico hepatologista do Hospital Brasília André Watanabe, a equipe multidisciplinar conta com cirurgiões do aparelho digestivo, hepatologistas, enfermeiros, técnicos de enfermagem, nutricionistas, psicólogos e assistentes sociais.

“É muito gratificante trabalhar com o transplante de fígado, pois vemos o paciente chegar para cirurgia em uma condição muito ruim e recuperamos a sua qualidade de vida após o transplante”, fala Watanabe. 

“Esse projeto do Hospital Brasília foi traçado com excelência e pioneirismo, por isso, esse marco é motivo de orgulho. Não estamos falando apenas de número, e sim de pacientes que resgataram qualidade de vida. Este é o nosso propósito, o ser humano em primeiro lugar!”, destaca a diretora geral do hospital, Regina Célia.