Trata-se da doença infecciosa mais letal no mundo. Na rede pública brasileira de saúde, há vacina disponível para maiores de 60 anos e segmentos específicos da população
“O Dia Mundial da Pneumonia, 12 de novembro, instituído pela Organização Mundial da Saúde (OMS), é uma data importante para reforçar os cuidados e a prevenção da doença”. O alerta é do médico pneumologista Álvaro Gradim, presidente da Associação dos Funcionários Públicos do Estado de São Paulo (AFPESP). Ele lembra o fator agravante de que a enfermidade também é uma das comorbidades que mais aumentam o índice de mortalidade da Covid-19″.
Provocando inflamação aguda dos pulmões, a pneumonia pode ser causada por vírus, bactérias, fungos ou inalação de produtos tóxicos. Um resfriado comum ou gripe podem complicar e evoluir para essa doença. Os principais sintomas iniciais são parecidos com os da gripe. Ocorrem febre alta, tosse com secreção de muco purulento de cor amarelada ou esverdeada, falta de ar, dor no tórax e mal-estar. Quando diagnosticada e tratada no início, não há grande risco de complicações.
Se a pneumonia for provocada por bactérias, os remédios administrados são antibióticos. Quando for viral, tratam-se os sintomas com analgésicos e antitérmicos. Porém, em casos mais graves, podem ser prescritos antivirais. Quando o agente causador for um fungo, utilizam-se medicamentos específicos. “É premente, em todos os casos, procurar rapidamente a assistência médica e iniciar o tratamento, pois a pneumonia pode ser letal”, salienta o presidente da AFPESP.
O hábito de fumar é um fator de risco, tornando a pessoa mais suscetível a contrair uma pneumonia, explica Álvaro Gradim. Por conta das toxinas presentes no cigarro, pode ocorrer uma reação inflamatória que favorece a instalação de agentes infecciosos nos pulmões. O alcoolismo também expõe mais os indivíduos à doença, como ocorre com várias outras enfermidades, pois o álcool tem ação direta no sistema imunológico e no aparelho respiratório, comprometendo as defesas naturais do organismo.
“É muito importante a prevenção”, afirma o médico. Nesse sentido, as recomendações são as seguintes: lavar sempre as mãos, não fumar, evitar bebidas alcoólicas e aglomerações e se vacinar. “Muita gente acredita que a vacina da gripe seja eficaz também contra a pneumonia. Porém, cabe esclarecer que existe a vacina antipneumocócica para prevenir as formas causadas pela bactéria pneumococo. Há outros micro-organismos que podem causar a doença e não são barrados por essa vacina”, esclarece.
Álvaro Gradim enfatiza que há segmentos prioritários para receber o imunizante: maiores de 60 anos, que devem tomar uma dose de reforço após cinco anos; portadores de doenças crônicas; pessoas com deficiências no sistema imunológico; gestantes; residentes em lares de idosos; profissionais da saúde; cuidadores de crianças; indígenas; população carcerária; tabagistas; e pessoas com asma. É importante lembrar que também se deve tomar a vacina da gripe.
A pneumonia é a principal causa de morte de crianças com até cinco anos de idade. Nessa faixa etária, são dois mil óbitos diários em todo o mundo. “As mais vulneráveis, segundo consta no site do Ministério da Saúde, vivem em comunidades rurais e pobres”, observa o médico, reiterando a necessidade de melhores políticas públicas para o enfrentamento do problema.
“Em nosso país, de acordo com dados oficiais, a taxa de mortalidade da pneumonia está em queda, mas os números ainda são elevados e preocupantes, merecendo atenção de todos, ou seja, famílias, instituições médicas, a sociedade e o governo”, ressalta o médico. O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) revela que a pneumonia é a maior causa mundial de morte por doença infecciosa, sendo responsável pelo óbito de 802 mil crianças com até cinco anos, em 2018.
A entidade chama atenção para o fato de que, em todo o planeta, a cada 39 segundos morre uma criança vítima da enfermidade.