Entre os tipos mais frequentes da doença destacam-se os tumores do sistema nervoso central (SNC), com incidência em torno de 20% na população infantojuvenil e auge nos primeiros dez anos de vida. Em bebês, com menos de um ano, irritabilidade, aumento anormal do perímetro cefálico, alteração ocular, como estrabismo, e vômitos sem motivo aparente devem ser investigados

O isolamento social, aliado ao receio de frequentar um ambiente hospitalar, em plena pandemia do novo coronavírus, pode prejudicar o diagnóstico precoce de algumas doenças, entre elas, os cânceres, principalmente na criança e no adolescente, que são complexos, mas totalmente tratáveis, desde que diagnosticados em estágio inicial.

Entre os tipos mais frequentes de cânceres da criança e adolescente destacam-se os tumores do sistema nervoso central (SNC), com incidência em torno de 20%. A doença é o segundo câncer mais frequente na infância depois das leucemias e tem seu auge nos primeiros dez anos de vida. Por esse motivo, qualquer indício que possa auxiliar na indicação do surgimento de um tumor não deve ser descartado.

“Não existem fatores de risco nas crianças e adolescente e sim algumas condições genéticas que predispõem o aparecimento de um câncer. Os sinais e sintomas mais frequentes dos tumores do sistema nervoso central são dor de cabeça, vômitos, desequilíbrio ao andar, alterações visuais, convulsão. Em bebês com menos de um ano, por exemplo, irritabilidade, aumento anormal do perímetro cefálico, alteração ocular, como estrabismo, e vômitos sem motivo aparente devem ser investigados”, explica a Dra. Nasjla Saba, oncologista pediátrica do Hospital do GRAACC.

Sinais de alerta

Além desses sinais, que são específicos para tumores do sistema nervoso central, existem outros fatores que, invariavelmente, são confundidos com doenças comuns da infância. Por isso, é preciso ficar atento em casos de dores nos ossos (pernas, com ou sem inchaço), manchas roxas pelo corpo não relacionados a traumas, palidez e fraqueza frequente, inchaço na barriga, perda de peso, aumento dos gânglios linfáticos, além de quadro constante de febre e sudorese.

“No Hospital do GRAACC alcançamos índices de cura comparáveis aos serviços especializados da Europa e Estados Unidos. Porém, é preciso que o diagnóstico seja precoce para conseguimos altas taxas de cura da doença”, comenta a oncologista pediátrica.

Diagnóstico

Exames de imagem, como a tomografia computadorizada, auxiliam na detecção de um tumor do sistema nervoso central. Para diagnóstico e estadiamento, que determina a extensão e a localização do câncer no corpo, é utilizada a ressonância magnética. Outro importante exame indicado é o de líquor, pois esse líquido, concentrado na cabeça e coluna, pode espalhar o tumor para o sistema nervoso central. “Além dos exames disponíveis, a prática clínica e a vivência do médico auxiliam muito na percepção da doença já no primeiro contato com o paciente”, acrescenta Dra. Nasjla Saba.