Prevenção e continuidade do acompanhamento médico são essenciais durante a pandemia

Pacientes com doenças inflamatórias autoimunes precisam ter cuidados adicionais com infeções em geral, já que tanto a doença quanto o tratamento podem influenciar na defesa feita pelo sistema imunológico. Potencialmente, esses pacientes podem desenvolver formas mais graves de covid-19, mas, até o momento, não há evidências científicas que comprovem serem um grupo de risco.

O Ministério da Saúde (MS) e as sociedades médicas recomendam que os pacientes com doenças inflamatórias, como a artrite reumatoide e as doenças inflamatórias intestinais, continuem regularmente o tratamento. Em casos de sintomas ou de confirmação do contágio pelo novo coronavírus, a conduta com relação à medicação deve discutida com o médico especialista, já que as recomendações podem ser diferentes em cada caso. “De maneira geral, pacientes que utilizam imunossupressores são considerados de ‘alto risco’. Quando há a comprovação de qualquer infecção, o uso contínuo de medicamentos imunossupressores deve ser discutido com o médico especialista, que fará uma avaliação do paciente e da gravidade da doença e optará por continuar ou parar o tratamento”, afirma a diretora médica da Pfizer Brasil, Márjori Dulcine.

As medidas de prevenção da covid-19 destinadas aos pacientes com diagnóstico de doenças inflamatórias são as mesmas do restante da população: lavar as mãos com água e sabonete de forma adequada e múltiplas vezes ao dia, distanciamento social, não compartilhar objetos de uso pessoal – como copos e pratos -, além de evitar coçar ou tocar os olhos, a boca e o nariz. Além disso, as Sociedades Brasileiras de Reumatologia (SBR), Dermatologia (SBD) e Infectologia (SBI) destacam a necessidade da atualização da carteirinha de vacinação e, principalmente, das vacinas relacionadas à gripe, pneumococos e coqueluche.

Acompanhamento médico seguro

Em tempos de pandemia, a tecnologia tem se mostrado uma grande aliada à rotina de saúde, principalmente para os pacientes de doenças inflamatórias, que se beneficiam de acompanhamento médico para manter uma vida saudável e com qualidade. Como o ambiente hospitalar é um dos locais de maior risco para o contágio, a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) é a de que, na medida do possível, a população fique em casa caso o mal-estar seja considerado leve. Nesse cenário, a telemedicina ganhou destaque nos cuidados com a saúde. Dessa forma, o paciente não fica desassistido e evita a exposição ao novo coronavírus.

Em março deste ano, o Conselho Federal de Medicina (CFM) tomou a decisão de reconhecer a possibilidade e a eticidade de uso da telemedicina no Brasil, além do que está estabelecido na Resolução CFM nº 1.643/2002, que continua em vigor. A decisão vale em caráter excepcional e enquanto durar o combate à pandemia de covid-19.

Com esse anúncio, o CFM estabelece que a telemedicina poderá ser exercida nos seguintes moldes: teleorientação, que permite que médicos realizem a distância a orientação e o encaminhamento de pacientes em isolamento; telemonitoramento, que possibilita que, sob supervisão ou orientação médicas, sejam monitorados a distância parâmetros de saúde e/ou doença; e teleinterconsulta, que permite a troca de informações e opiniões exclusivamente entre médicos, para auxílio diagnóstico ou terapêutico.