Elas foram motivo de controvérsia no início da pandemia, mas, cada vez mais, a ciência revela como as máscaras conseguem cumprir sua função de proteção individual frente à Covid-19. Num trabalho de revisão de literatura técnica sobre o tema, pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) identificaram e avaliaram as melhores evidências científicas disponíveis sobre a eficácia e a segurança das máscaras de tecido para a comunidade.

Nesse trabalho de busca de pesquisas e melhores evidências que tratam do tema, foram consultadas diversas bases de dados, entre elas Cochrane, PubMed, Embase e Lilacs. Foram incluídos todos os artigos que tinham como objetivo verificar a eficácia e a segurança do uso de máscaras de tecido como proteção contra a transmissão viral, bem como estudos laboratoriais que avaliassem barreiras de contenção de partículas. Sete trabalhos que avaliaram diferentes tecidos no bloqueio de gotículas de nível laboratorial e um estudo de revisão compuseram a revisão de literatura científica.

“Todas as pesquisas revelam evidências indicando que o uso de máscaras pela população durante uma pandemia de uma doença respiratória pode minimizar a propagação da enfermidade e seu impacto econômico se usadas de maneira adequada e consistente. As máscaras de tecido possibilitam uma barreira às gotículas, servindo como recurso adicional na prevenção à Covid-19”, afirma uma das pesquisadoras envolvidas no trabalho, Monica Taminato, da Escola Paulista de Enfermagem da Unifesp.

Os estudos destacam a importância da aplicação das máscaras de pano e reutilizáveis como fator de proteção para sintomáticos domiciliares, cuidadores e pessoas que moram em habitações com muitos moradores, bem como para pessoas em deslocamento e em espaços com aglomerações, como transportes públicos. A segurança apresentada nas máscaras, conforme a composição avaliada nos estudos, aponta para alternativas seguras diante dos desafios em saúde pública relacionados às questões sociais e da necessidade de retorno gradativo e programado às atividades.

Apesar da importância do uso de máscaras, como tem sido amplamente divulgado, a pesquisadora da Unifesp ressalta as demais formas de proteção e combate à Covid-19. “Trata-se de um recurso a mais na prevenção, que deve sempre vir acompanhado do distanciamento social, de medidas de higienização das mãos e etiqueta respiratória como estratégias não farmacológicas efetivas na prevenção ao novo coronavírus.”