Com cerca de 40 mil portadores no Brasil, essa patologia costuma ter um diagnóstico demorado e atinge principalmente mulheres entre 20 e 40 anos

Pouco se fala sobre a esclerose múltipla. Trata-se de uma doença crônica, autoimune e que é causada por mecanismos inflamatórios e degenerativos que comprometem os neurônios das substâncias brancas e acinzentadas do sistema nervoso central. Essa enfermidade é neurológica e, dependendo da causa, ela pode ser classificada em: Esclerose sistêmica, Esclerose lateral amiotrófica e Esclerose múltipla. De acordo com dados da Federação Internacional de Esclerose Múltipla, existem aproximadamente 40 mil portadores da doença no Brasil.

“Trata-se de uma doença inflamatória do sistema nervoso central que cursa na forma de surtos e remissões, com sintomas como fraqueza, perda visual, formigamento ou adormecimento de partes do corpo. Infelizmente, a doença não é muito divulgada por ter sintomas e sinais muito inespecíficos, variáveis e o seu diagnóstico não é realizado tão rapidamente”, explica Marcelo Silva Soares, neurologista do HCSG. Segundo o especialista, ela costuma atingir geralmente pessoas jovens, em média entre 20 e 40 anos de idade, predominando entre as mulheres.

Causas, sintomas e tratamentos

Uma das principais causas é o fator genético, o sistema imunológico desregulado e até mesmo fatores ambientais. A EM também pode se manifestar devido às infecções virais, falta de vitamina D, uso prolongado de cigarro, obesidade e até mesmo exposição de solventes e orgânicos. “Após ter um diagnóstico, é necessário seguir à risca o tratamento com um neurologista, para controlar a doença, evitar novos surtos e assim, tratar os sintomas mais remanescentes”, orienta.

Ela costuma ser diagnosticada por meio da ressonância magnética de crânio e medula espinhal, também há outros exames complementares que auxiliam no diagnóstico como o de neurofisiologia, que é necessário para avaliar as funções que já estão comprometidas e verificar a resposta ao tratamento que está sendo feito.

O especialista explica que os sintomas tendem a ser diferentes em cada paciente, mas os mais comuns são os sensitivos e motores, principalmente a perda de sensibilidade dos membros inferiores ou de todo um lado do corpo. “Dentre os principais indícios da EM estão fadiga, dormências ou formigamentos no corpo, dor ou queimação na face, e entre as ocorrências visuais estão a vista borrada, mancha escura no centro da visão de um olho, visão dupla. No corpo, se manifesta a perda da força muscular, dificuldade para andar, espasmos e rigidez muscular, além da falta de coordenação dos movimentos ou para andar, tonturas, desequilíbrios além da retenção ou perda de urina ou intestino”, informa.

O tratamento para a EM é feito com o objetivo de amenizar o surto da doença por meio de corticoides e neuromoduladores. “Vale ressaltar que o diagnóstico precoce e uso das medicações específicas mudam de forma significativa a evolução da doença e, quanto mais cedo o tratamento é iniciado, maior a chance de modificar o seu curso natural alongo prazo, reduzindo no paciente o número de surtos, de lesões e de sequelas neurológicas, finaliza .