Pesquisa foi publicada na revista Clinical Oral Investigations, uma das mais conceituadas do segmento

Com modelo de pesquisa desenvolvido em parceria com membros do Forsyth Institute, da Universidade de Harvard, pesquisadores da Universidade de Guarulhos notaram em estudo que a liberação lenta, controlada e gradual de oxigênio proporcionada pelo gel blue®m apresentou resultados iguais ao tratamento com clorexidina na redução dos patógenos periodontais. Sua performance se mostrou mais efetiva do que a substância antimicrobiana contra os patógenos do complexo vermelho – as bactérias mais agressivas do biofilme dental.

A conclusão foi obtida em um estudo publicado na revista Clinical Oral Investigations, um espaço multidisciplinar para publicação de pesquisas em todos os campos da medicina oral com o objetivo de esclarecer a relevância de novos resultados para a prática moderna. Em 2020, a publicação tinha fator de impacto de 3.573, sendo uma das mais conceituadas do segmento.

Como se chegou a essa conclusão?

Para chegar ao resultado, testes foram realizados em um biofilme que comportava 31 espécies de bactérias presentes em humanos com doenças bucais como periodontite e peri-implantite – normalmente, esses moldes agrupam de três a dez espécies na simulação da microbiota bucal.

A pesquisa propriamente dita, conduzida pelo professor Jamil Shibli da Universidade de Guarulhos e outros colaboradores, comparou três perfis distintos: um aplicou clorexidina; o segundo testou o gel oral blue®m; enquanto o terceiro não usou nenhuma das opções no controle do biofilme. Ambos demonstraram eficácia contra os patógenos periodontais, mas o gel oral blue®m teve performance mais efetiva diante das bactérias que geram os quadros mais graves de doenças periodontais.

O estudo foi publicado em 28 de março deste ano no site da revista e está disponível na íntegra por meio do link: https://link.springer.com/article/10.1007/s00784-021-03900-0

Equilíbrio bucal

Conforme o estudo, há uma busca por agentes antimicrobianos para auxiliar no tratamento de doenças periodontais, peri-implantites e mucosites. “Os mais comuns são a clorexidina, cloreto de cetilpiridínio, triclosano e diversos produtos naturais, como aloe vera própolis”, diz o artigo, seguindo que a terapia tópica com oxigênio tem sido testada, auxiliando na cicatrização de tecidos.

Além de ter um impacto antibacteriano, a solução blue®m modula e desenvolve as bactérias necessárias para um equilíbrio bucal saudável. “Comparado com a clorexidina, ele não tem apenas propriedades antimicrobianas, mas também favorece a cicatrização”, diz Shibli. De acordo com o pesquisador, o próximo passo da pesquisa será o uso de blue®m em humanos, já que os testes atuais foram feitos no modelo in vitro.

Outro benefício mencionado por Shibli é a redução de efeitos colaterais causados pela clorexidina. Embora seja estudada há quatro décadas e considerada padrão “ouro” no controle da placa, o seu uso persistente (superior a 4 semanas) gera manchas nos dentes, afeta o paladar e pode contribuir para a formação de cálculos.

A solução blue®m é reconhecida por contribuir tanto no controle bacteriano quanto na cicatrização dos tecidos após procedimentos cirúrgicos. Sua indicação atual visa tanto o cuidado diário (com pastas de dente e enxaguantes) quanto à preparação e pós-procedimentos cirúrgicos. Como a boca é a cavidade com maior contaminação do ser humano, seu uso pode ser benéfico para o sistema como um todo. Já está comprovado cientificamente que as doenças periodontais aumentam o risco de ocorrências cardiológicas, entre outros potenciais problemas.