Doença apresenta taxa de mortalidade superior a 10%, e alta taxa de reinternação

Metade das internações hospitalares na América do Sul ocorrem devido à insuficiência cardíaca, um problema de saúde pública que acomete principalmente os idosos e apresenta uma taxa de mortalidade entre 10% e 15%, com índices de reinternação na faixa de 30% a 40% no semestre subsequente à alta hospitalar, segundo dados da literatura.

De acordo com o estudo desenvolvido pela CAPESESP (Caixa de Previdência e Assistência aos Servidores da Fundação Nacional de Saúde), um paciente com insuficiência cardíaca custa 213% a mais ao plano de saúde do que um beneficiário sem a doença. A alta se deve principalmente às internações, reinternações e exames no grupo portador. Um ponto interessante é que não há diferença significativa nas taxas de consultas e terapias entre os grupos.

“Os dados sugerem que os pacientes portadores de insuficiência cardíaca recorrem frequentemente ao tratamento médico nas emergências hospitalares (taxas elevadas de exames e internações) seja por agravamento da condição, casos avançados da doença ou por tratamento ambulatorial inadequado tendo em vista que não há diferença significativa entre as taxas de consultas e terapias em pacientes portadores e não portadores. O estudo ainda mostra que a patologia é responsável por internações com taxas mais elevadas de tempo de permanência acima de 12 e 30 dias”, afirma o médico e Diretor-Presidente da CAPESESP, João Paulo dos Reis Neto.

O custo incremental anual pela insuficiência cardíaca para a Entidade foi de aproximadamente R﹩ 26 milhões. Para o estudo, apresentado em congressos nacionais e internacionais, foi analisada a frequência do uso do plano por pacientes com e sem diagnóstico de insuficiência cardíaca, durante 12 meses.

“Assim como em outras doenças cardíacas ou crônicas, é sempre recomendável adotar um estilo de vida saudável, com a prática regular de atividade física pós avaliação médica, alimentação balanceada e evitar os fatores de risco conhecidos como, o fumo e o álcool. sendo fundamental o acompanhamento por um cardiologista para o diagnóstico correto, controle e tratamento da doença”, explica Reis Neto. “A abordagem multidisciplinar associada à implementação de boas práticas podem reduzir o risco de hospitalização e devem ser incentivadas, assim como deve ser avaliada criteriosamente a possibilidade de permitir o acesso às novas terapias que possam contribuir para a qualidade de vida dos pacientes, diminuindo as hospitalizações e assim, utilizando os recursos financeiros de forma mais racional”, finaliza.