Especialista em obesidade, Cid Pitombo alerta que houve casos de obesos vacinados com complicações e é cedo demais para se expor ao risco, sobretudo diante de cepa totalmente desconhecida
A Organização Mundial de Saúde (OMS) apelou para que pessoas com comorbidades e idosos voltem a se proteger com mais rigor para evitar a contaminação pelo coronavírus, ainda que estejam vacinadas contra a Covid-19 em duas ou três doses. E um dos pedidos foi que deixem de viajar para evitar que a nova cepa surgida na África do Sul, batizada de Ômicron, se espalhe ainda mais. O motivo do alerta é que a nova cepa possui mais de 50 modificações em seu genoma em relação ao vírus original, e concentra 32 delas na proteína spike, usada para infectar as células, e justamente onde a maior parte das vacinas atuais atua, impedindo a proliferação do vírus no organismo.
De acordo com o médico Cid Pitombo, especialista em tratamentos para obesidade, até o momento os obesos não deixaram de estar entre os grupos de risco, mesmo vacinados.
“O nosso apelo aos obesos é que mantenham o uso de máscara e distanciamento, pois diante de um risco desconhecido, o melhor a fazer é se prevenir. Não se sabe ainda qual vai ser o comportamento desta variante no corpo de obesos vacinados, e sobretudo, com a idade mais avançada e portador de diabetes ou hipertensão. Até o momento, tivemos casos de obesos que tiveram agravamento mesmo com vacina, e isso pode estar relacionado a variantes, além de respostas imunológicas reduzidas. Esta é totalmente nova e enquanto não há informações seguras, o melhor a fazer é evitar a doença”, esclarece Cid Pitombo.O médico lembra que até mesmo quem já teve Covid pode pegar e ter um desfecho clínico pior do que na primeira vez, pois pode estar com o organismo com sequelas. “O corpo do obeso é naturalmente inflamado e a resposta perante doenças, até mesmo uma gripe, muitas vezes é pior. Oxigenar o obeso é muito mais difícil e, por isso, muitos acabaram indo à óbito. Não é ter pânico, é ter comportamento preventivo, pois depois que o problema se instala, fica tudo mais difícil. Sabemos que as pessoas estão cansadas do uso da máscara, do isolamento social, mas estamos numa batalha e enquanto não vencermos o vírus de vez, não podemos baixar a guarda. A vida é uma só. Nossa saúde é nosso maior patrimônio. Sem ela, não fazemos mais nada. É unânime entre pessoas que agravaram, a conclusão de que se pudessem voltar atrás, fariam diferente. Nos preocupa muito a chegada do verão, festas de fim de ano, carnaval, praia lotada. Na festa todo mundo aparece, mas e quando a pessoa perde a vida, quem vai surgir para sustentar a família? Disciplina é fundamental”.