15 mil novos casos de linfomas devem ser diagnosticados no Brasil em 2020

Linfonodos de tamanho aumentado, popularmente chamado de ínguas, é um dos primeiros sinais aparentes de linfoma

São Paulo, setembro de 2020 – De acordo com dados da Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH), cerca de 70% da população mundial não sabe o que são linfomas, tipos de câncer que acometem o sistema linfático ou imunológico, mais comum em pacientes que tenham entre 15 e 30 anos de idade e naqueles acima dos 60 anos. O Instituto Nacional do Câncer (Inca), estima que cerca de 15 mil novos casos de linfomas (linfoma de Hodgkin e linfoma não Hodgkin), sejam diagnosticados neste ano no Brasil. Para alertar sobre a existência da doença, o dia 15 de setembro é marcado como o Dia Internacional de Conscientização sobre Linfomas.

O linfoma surge quando ocorrem mutações em células do sistema linfático, que atuam na “filtragem” do sangue. Os linfomas afetam as defesas do organismo e ocasionam o aumento de tamanho dos linfonodos, popularmente conhecido como íngua que se manifestam nas axilas, virilha e na região do pescoço. Apesar do crescimento do linfonodo estar diretamente ligado ao processo infecioso do sistema imunológico, isso não costuma ser um processo doloroso. Por isso, Dr. Otávio Baiocchi, hemato-oncologista do Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz reforça a importância da população conhecer os sintomas da doença como forma de auxiliar no diagnóstico precoce e tratamento adequado dos linfomas.

O especialista reforça que além das ínguas, febre intermitente, sudorese noturna sem causa aparente, coceira na pele e perda repentina e significativa de peso são sintomas secundários característicos de linfomas.

“Disfunções no sistema imune, que provocam inflamações crônicas das células, podem acometer qualquer pessoa, no entanto, pacientes transplantados, portadores do vírus HIV e quem sofre de doenças autoimunes estão mais suscetíveis a desenvolverem linfomas, devido às alterações imunológicas provocadas por essas condições”, afirma Baiocchi.

O especialista diz ainda que apesar de haver o registro de cerca de 70 subtipos de linfomas, todos eles são potencialmente curáveis desde que haja o diagnóstico precoce e que o tratamento seja conduzido por um médico especializado e familiarizado com as particularidades da doença. “Quem trata linfoma deve ter um conhecimento aprofundado sobre o assunto, para desvendar os defeitos apresentados pela doença e assim, poder oferecer um tratamento personalizado e eficaz a cada paciente”.

Pós-graduação em Onco-hematologia com foco em linfoma

Ciente da importância da necessidade de contribuir para que oncologistas e hematologistas tenham cada vez mais familiaridade com as particularidades e complexidades que envolvem o tratamento dos linfomas, a Faculdade do Hospital Alemão Oswaldo Cruz inova mais uma vez ao oferecer o curso de pós-graduação em Onco-hematologia com foco em Linfoma. Este é o primeiro curso de pós-graduação, nestes moldes no país.

A implementação do curso está associada ao crescimento da área de hematologia no Brasil e chega como uma oportunidade de ajudar os profissionais da área, trazendo uma formação voltada para a prática clínica em doenças linfoproliferativas, como leucemia e linfomas. As aulas da primeira turma do curso, que tem duração de 18 meses, começam em setembro deste ano, de forma virtual, devido à pandemia do novo coronavírus. Os interessados podem se inscrever acessando o site http://www.sympla.com.br/pos-graduacao-onco-hematologia—pratica-clinica-em-doencas-linfoproliferativas__774456