Especialista do Hospital 9 de Julho diz que tensão provocada pela pandemia pode desencadear quadro em pessoas que sofrem com o problema

São Paulo, julho de 2020 – A Síndrome do Intestino Irritável é um distúrbio do funcionamento intestinal que não está ligado necessariamente a uma lesão, alteração estrutural ou inflamação, mas que causa muito desconforto e dor e interfere diretamente na qualidade de vida. O paciente que sofre com esse problema convive com desarranjos intestinais frequentes, prisão de ventre e diarréia, cólicas e sensação frequente de estufamento abdominal.

Daniel Machado Baptista, médico gastroclínico do Centro de Doença Inflamatória Intestinal do Hospital 9 de Julho, explica que a Síndrome do Intestino Irritável pode ser caracterizada por mudanças na frequência da evacuação por longo período associada a dor abdominal presente pelo menos uma vez por semana, por mais de três meses.

Por não ser acompanhada de mudanças estruturais significativas no intestino, a síndrome pode ser difícil de identificar. O diagnóstico é feito pelo histórico do paciente e por diferencial – ou seja, avaliando os sintomas e realizando exames para descartar outros problemas como infecções, inflamações ou intolerância a determinados alimentos.

A Síndrome ainda é cercada por muito desconhecimento. Para esclarecer as principais dúvidas, listamos abaixo mitos e verdades relacionados à doença.

A Síndrome do Intestino Irritável não tem cura

Verdade. Essa é uma doença crônica que não tem cura, mas ela se manifesta em ciclos e a pessoa pode passar longos períodos da vida sem sentir incômodo. E, quando os sintomas surgem, é possível proporcionar alívio. O tratamento indicado pelos especialistas varia a cada caso, mas pode ser feito com medicamentos que diminuem a sensibilidade intestinal e reequilibrando a microbiota, afirma Daniel. Mudanças na alimentação, atividade física e gerenciamento de estresse e ansiedade também colaboram para a melhora.

A Síndrome do Intestino Irritável é uma doença psicológica

Mito. Daniel conta que ela pode ser provocada por um distúrbio na interação entre o cérebro e o intestino, uma sensibilidade exacerbada aos estímulos intestinais ou uma alteração na microbiota (grupo de microorganismos) da região. Fatores emocionais como estresse, depressão e ansiedade têm influência no quadro, mas não são os responsáveis.

A síndrome pode ser agravada pelo estresse

Verdade. O especialista explica que o estresse não é causador, mas a manifestação desse distúrbio está diretamente ligada à saúde mental e os sintomas podem ser desencadeados por essa e outras questões emocionais, como ansiedade ou depressão. “Nesse período de pandemia e isolamento, de grande impacto na saúde mental, houve um aumento das queixas de sintomas relacionados à Síndrome”, diz o gastroenterologista.

O controle da SII depende apenas de uma boa alimentação

Mito. “A doença é causada por alterações no organismo e não pode ser atribuída apenas a hábitos alimentares”. Uma rotina saudável de alimentação e a prática de exercícios contribui para diminuir os sintomas e melhorar a qualidade de vida, mas não bastam para controlar a doença.

A SII causa emagrecimento

Mito. Apesar do desconforto e de episódios de diarreia, a síndrome não está diretamente ligada a perda de peso. Daniel Machado alerta que, se o paciente apresentar emagrecimento repentino, deve informar ao especialista para investigar as possíveis causas.

A Síndrome pode evoluir para problemas mais sérios, como câncer

Mito. “Apesar de causar desconforto, a doença não traz prejuízos para a saúde a longo prazo.”

Sobre o Hospital 9 de Julho

Fundado em 1955, em São Paulo, o Hospital 9 de Julho é referência em medicina de alta complexidade com destaque para as áreas de Neurologia, Oncologia, Onco-hematologia, Gastroenterologia, Urologia, Trauma e Ortopedia.

Com cerca de 2,5 mil colaboradores e 5 mil médicos cadastrados, o hospital possui 470 leitos, sendo 102 leitos nas Unidades de Terapia Intensiva, Centro Cirúrgico com capacidade para até 22 cirurgias simultâneas, inclusive com duas salas híbridas (com equipamento de Hemodinâmica e Ressonância Magnética) e três para robótica, incluindo a Sala Inteligente, que permite a realização de cirurgias em sequência.

Além disso, oferece atendimento ambulatorial no Centro de Medicina Especializada com mais de 50 especialidades e 13 Centros de Referência: Centro de Dor e Neurocirurgia Funcional; Rim e Diabetes; Cálculo Renal; Cardiologia; Oncologia; Gastroenterologia; Controle de Peso, Infusão, Medicina do Exercício e do Esporte; Clínica da Mulher; Longevidade, Doenças Inflamatórias Intestinais (CDII) e Trauma.

O Hospital 9 de Julho pertence à Rede Ímpar que possui 7 hospitais nos estados de São Paulo (Hospital Santa Paula e H9J), Rio de Janeiro (Hospital São Lucas Copacabana e Complexo Hospitalar de Niterói – CHN) e Distrito Federal (Hospital Brasília, Maternidade Brasília e Hospital Águas Claras) e que se uniu à DASA, líder em medicina diagnóstica no Brasil e GSC Integradora de Saúde.

A instituição possui certificação internacional de qualidade, conferida pela maior acreditadora de qualidade do mundo, a Joint Commission International – JCI, desde 2012. Sua unidade de Transplante de Medula Óssea, atualmente, é a única no mundo com a linha de cuidado certificada pela JCI.