Considerado um problema raro que provoca sintomas semelhantes aos de um infarto, a síndrome tem maior incidência em mulheres com idade acima dos 40 anos, mas pode surgir em qualquer idade, afetando também os homens

Má qualidade de vida, álcool e tabaco são alguns dos fatores de risco para infartos, mas outras situações de estresse emocional e físico, como luto ou perdas em geral, também podem impulsionar problemas cardiológicos, como, por exemplo, a Síndrome do Coração Partido (SCP). Nestes casos, não há obstrução das artérias coronárias do coração nem por gordura, nem por doenças preexistentes.

Considerado um problema raro que provoca sintomas semelhantes aos de um infarto, como dor no peito, falta de ar ou cansaço, e que surge em períodos de grande estresse emocional, por exemplo, durante uma separação ou após o falecimento de um familiar, esta síndrome tem maior incidência em mulheres com idade acima dos 40 anos, mas pode surgir em qualquer idade, afetando também os homens.

A síndrome do coração partido normalmente é considerada uma doença com origem psicológica (relacionada à liberação de altas taxas de hormônios na corrente sanguínea), porém, exames de imagem mostram que, durante a síndrome, a musculatura dos ventrículos, mais especificamente o ventrículo esquerdo, não contraem corretamente, levando ao baixo fluxo sanguíneo e ao desenvolvimento de sintomas semelhantes aos que ocorrem no infarto.

Segundo o Dr. Jasvan Leite, cardiologista do Hcor, presenciar acontecimentos como desastres, casos de demissão do emprego, morte inesperada de um ente querido ou até mesmo perda de bens materiais com importante valor emocional pode causar danos ao coração. “A saúde física e mental das pessoas que estão passando pela catástrofe no Rio Grande do Sul, por exemplo, está sendo colocada em prova a todo momento. Esse tipo de situação provoca um aumento da produção de hormônios do estresse no organismo, que podem gerar contração de alguns vasos cardíacos, lesando o coração. Inclusive, estudos indicam que passar por situações estressantes, como essa, aumenta em duas vezes a chance de um infarto”, explica o especialista.

A SCP foi descoberta há cerca de 35 anos, mas vem se tornado mais comum nos últimos tempos, devido ao nível de estresse e sobrecarga emocional das pessoas na sociedade atual. “Essa doença tem origem psicológica, porém os danos causados ao coração são físicos e simulam um infarto do miocárdio”, alerta o cardiologista. Geralmente, as sequelas da SCP são transitórias, mas pode ser necessário o uso de medicamentos para ajudar o músculo a retomar as funções normais, retirando a sobrecarga do coração e fazendo o sangue passar com mais facilidade.

“Pessoas que já apresentam alguma doença cardíaca ou psicológica precisam ser hospitalizadas até que haja a estabilização. Esse método se mostra eficaz para o controle, pois temos uma monitorização frequente dos sinais vitais do indivíduo, além de uma assistência completa, com time multidisciplinar à disposição do paciente. É muito importante que exista essa interligação entre equipes, pois, deste modo, há maiores chances de uma recuperação mais rápida”, afirma Dr. Jasvan.

Como proteger meu coração?

Não só as consultas regulares, mas um bom hábito de vida como um todo ajuda a prevenir muitas doenças cardíacas. Atividades físicas, principalmente em dupla ou em grupo, proporcionam momentos psicologicamente positivos e aliviam o estresse, segundo a Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo.

“Aqueles em situação de estresse emocional muito grande também precisam de uma rede de apoio forte, que ajudem na superação do trauma. É imprescindível, assim que possível, fazer exames específicos que possam avaliar a capacidade cardíaca do indivíduo. Não fumar e não consumir bebidas alcoólicas são outros indicadores que ajudam a prevenir patologias no coração”, conclui o especialista.

Sobre o Hcor

O Hcor atua em mais de 50 especialidades médicas, entre elas Cardiologia, Oncologia, Neurologia e Ortopedia, além de oferecer um centro próprio de Medicina Diagnóstica. Possui Acreditação pela Joint Commission International (JCI) e diversas certificações nacionais e internacionais. Desde 2008, é parceiro do Ministério da Saúde no Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS), o que proporciona que seu impacto em saúde esteja presente em todas as regiões do país.

Instituição filantrópica, o Hcor iniciou suas atividades em 1976, tendo como mantenedora a centenária Associação Beneficente Síria, que também conduz projetos gratuitos de saúde para população em situação de vulnerabilidade. Além do escopo médico-assistencial, o hospital conta com um Instituto de Pesquisa, reconhecido internacionalmente, que coordena estudos clínicos multicêntricos com publicações nos mais conceituados periódicos científicos. Conjuntamente, capacita milhares de profissionais anualmente por meio do Hcor Academy com seus cursos de pós-graduação, cursos de atualização e programas de residência e aprimoramento médico.