A pandemia ocorrida neste ano, em virtude da Covid-19, apenas expôs um problema que, no Brasil, era crônico e não se dava atenção: a pouca quantidade de leitos de tratamento intensivo e a má distribuição dos existentes nas diversas regiões. Em um país com dimensões continentais, é natural que se tenha muitas dificuldades de logística, mas estas dificuldades serviram para mostrar que existem ferramentas e que elas devem ser utilizadas. 

Nesse contexto, a TELEMEDMS está lançando a TeleUTI, um serviço inovador que aproxima pacientes com alta gravidade de profissionais de saúde especialistas em Medicina Intensivista. Uma unidade hospitalar, munida de estrutura e equipamentos necessários para uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), necessita de médicos intensivistas para poder funcionar. Essa é uma especialidade que conta com poucos profissionais habilitados e, geralmente, que se concentram em grandes centros urbanos. 

Com a TeleUTI, a barreira da distância é facilmente vencida, sendo possível colocar o médico intensivista dentro das unidades, em locais onde antes isso seria impraticável. Ao ser internado, o paciente é atendido pelo médico clínico da unidade, que faz as primeiras condutas. Após isso, ele analisa o quadro do paciente, por meio dos exames disponíveis, e aciona o médico especialista, por intermédio de uma videochamada. 

Dentro de uma plataforma própria, são registradas todas as informações do paciente, de forma que o intensivista tenha acesso a esses dados e possa auxiliar o médico plantonista na melhor conduta a ser tomada.

Apesar de estar disponível para qualquer hospital, a TeleUTI encontra seu principal público nos hospitais distantes dos grandes centros, que possuem estrutura mínima de atendimento intensivo, principalmente de equipamentos de monitorização e de suporte à vida. 

Devido à gravidade de algumas doenças, o paciente internado em uma UTI tem chances maiores de sobrevida, já que os cuidados são intensos. A depender da distância da localidade até um grande centro, o transporte desse paciente pode significar a diferença entre vida e óbito.

O maior benefício da TeleUTI é a agilidade com que a conduta dos casos é feita, além de não pressionar o sistema de saúde nos grandes centros, que também trabalham com suas capacidades no limite.

“Este ano foi de grande impacto nos sistemas de saúde. Devido à pandemia, aceitei um novo desafio de coordenar uma UTI a distância. A necessidade de atender a doentes graves, com insuficiência respiratória, expôs a carência de unidades intensivas, principalmente no interior do país. A coordenação on-line foi uma forma de aproximar os intensivistas dos colegas da ponta. Quando se tem um sistema de informação eficiente, essa modalidade de trabalho é gratificante, por vermos os colegas crescendo junto conosco. E o melhor: atingimos resultados comparáveis aos grandes centros”, explica o médico intensivista César Romero de Oliveira Sales.

Já para o médico plantonista Erison Bambil Leite, um dos profissionais atendidos pela TeleUTI, o diferencial está na confiança que o  método proporciona. “A telemedicina passa confiança para nós, médicos clínicos, no atendimento dos pacientes críticos, sendo possível dar uma boa assistência médica para o bem do paciente, com o respaldo do especialista.”

O surgimento da pandemia de Covid-19 fez com que as unidades hospitalares se reinventassem, criando centros de tratamento intensivo onde antes isso não era praticável. Essa é uma tendência que deve permanecer, pois a necessidade mostrou existirem recursos tecnológicos que podem ser utilizados, e que muitas vidas são salvas com isso.

Para as populações atendidas, surge uma esperança: saber que, em caso de necessidade, o socorro está muito perto. Uma vida salva pela TeleUTI já faz valer a pena todo esforço e empenho no projeto. E a TELEMEDMS se orgulha pelo pioneirismo desse projeto em Mato Grosso do Sul.